Descubra como equilibrar carreira e vida pessoal; faça o teste
Nem tanto ao céu nem tanto ao mar. “O pulo do gato está em saber dar atenção à carreira e a todos os outros relacionamentos que temos em nossa vida, seja com o marido, com os filhos, com a família ou com os amigos. Conheço alguns executivos que viveram dando ênfase somente à parte profissional e, quando se deram conta, era tarde: perceberam que viviam em famílias desestruturadas, nas quais muitos eram infelizes”, explica Cíntia Bortotto, psicóloga pela PUC-SP e especialista em Recursos Humanos pela Fundação Getulio Vargas.
Cíntia, que também é especializada em coaching pelo Integrated Coaching Institute, de São Paulo (SP), enfatiza: “A vida tem vários pilares. Se você se alicerça em um só, a tendência é ter problemas no futuro. Executivos com mais de 40 anos acabam procurando ajuda de psicólogos, porque colocam toda sua energia de vida em um lugar só”.
Escolha diferente fez o carioca Rodrigo Champoudry, que abriu mão da vida profissional cheia de compromissos para ficar mais tempo com a namorada. “Trabalhei durante cinco anos em uma empresa e um dia fui promovido. A promoção se traduzia em viagens constantes, e isso começou a me incomodar, pois passava mais tempo longe da minha namorada do que dando atenção à ela. Resultado: pedi demissão e mudei completamente de carreira. Era técnico de eletrônica e me tornei publicitário”, conta.
Hoje, o casal vive feliz e comemora nove anos juntos. “Não me arrependo nem um pouco da minha decisão porque prezo demais minha vida pessoal”, afirma Champoudry.
Quem viveu na pele a difícil tarefa de ter de escolher entre carreira e vida pessoal foi o casal paulista Camila e Fernando Elkis. Casados há 3 anos, eles optaram por aumentar a família e hoje são pais da pequena Lara, de apenas 7 meses.
“Nossa filha mudou completamente nossa forma de ver e viver a vida. Antes, vivíamos para o trabalho, mas hoje, temos uma rotina regrada, regida, praticamente, pela Lara. Trabalhamos e estamos sempre tentando manter uma estrutura com assistente e babá full time em casa. Isso custa e a responsabilidade também aumenta”, revela o empresário.
Elkis afirma que o antídoto para evitar complicações no relacionamento é um só: cumplicidade. “Sempre que posso vou visitar a Lara na hora do almoço e procuro chegar do trabalho antes dela dormir. Ainda revezo com minha esposa as mamadas (com mamadeira, é claro) durante a madrugada”, diz.
Para a psicóloga Cíntia Bortotto, a história de Camila e Fernando traduz a realidade de muitos casais.
“Hoje em dia, os papéis em casa estão mais equilibrados. Antigamente, a mulher não tinha tanto espaço no mercado de trabalho. O que aconteceu é que nós investimos na nossa carreira e agora temos outras atribuições. Assim, podemos delegar tarefas domésticas para pessoas de confiança. Nesse sentido, sai o peso de tentar ser mãe, esposa, dona da casa e profissional, e o pai, muitas vezes, assume alguns papéis que não tinha antes”, afirma.
Cíntia revela que é fundamental para o casal manter o diálogo aberto e dividir as responsabilidades de forma equilibrada. “Tudo é conversado e negociável”, diz.
CARREIRA X FAMÍLIA
Em São Paulo, a psicanalista Sonia Perazzolo atende com frequência pais que priorizaram a carreira e agora têm problemas de relacionamento com os filhos.
“Quando o pai ou a mãe fica mais tempo no trabalho do que em casa, o problema é maior porque eles procuram recompensar a ausência de todas as formas, menos do jeito mais óbvio: dando afeto aos filhos”, relata Sonia.
Segundo a psicanalista, afeto não se resume em dar carinho. Esse sentimento também significa falar sempre a verdade e passar valores morais importantes. “Formar os filhos para a vida não é apenas dar a eles coisas materiais”, diz.
Sonia Perazzolo dá quatro dicas para equilibrar a vida profissional e pessoal.
1. Trace metas: faça planos para o futuro e tenha sempre em mente seus objetivos pessoais e profissionais. Determine prazos para atingí-los |
2. Mantenha os pés no chão: concentração e equilíbrio são fatores fundamentais para ter sucesso na carreira e bons relacionamentos |
3. Acerte os ponteiros: antes de começar uma relação, converse com o outro e veja se seu estilo de vida e seus planos para o futuro são compreendidos e respeitados |
4. Questione-se antes de aumentar a família: o casal deve se perguntar se está preparado emocional e financeiramente para ter filhos |
“Outro fator importante é saber que ganhar dinheiro é muito bom, mas precisamos por um pé no breque para não cairmos no consumismo e só buscar ter, esquecendo-se do ser”, alerta a psicanalista.
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