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HELOÍSA NORONHA

Colaboração para o UOL

16/06/2011 07h00

Hoje em dia, não é raro que o alvo de uma paixão já tenha uma história. Relacionar-se com alguém que já tem filho (ou mais de um) é tornar a história do outro parte e continuação de sua própria trajetória. E isso não é fácil. Em geral, a mulher é mais tolerante em aceitar uma relação com um homem que tenha herdeiros, pois, em uma separação, normalmente, os filhos moram com a mãe.

“Nessa situação, o pai convive muito menos com os filhos, sobrando mais tempo para o casal estar a sós”, diz a psicóloga Eliete Matielo, de São Paulo, diretora da agência de relacionamento Eclipse Love. O homem, segundo ela, tem mais receio de se envolver com mulheres-mães. “Ele pondera mais e é mais precavido. Caso não se imagine nesse tipo de enredo, fugirá rapidinho”, afirma a terapeuta familiar Roberta Palermo, de São Paulo, autora do livro “100% Madrasta” (Integrare Editora).

“Namorar uma mulher que é mãe significa, na maior parte das vezes, conviver tempo integral com os filhos dela e aceitar que seu lazer e intimidade dependem também dos horários das crianças”, conta Eliete. “Entretanto, muitas mulheres se incomodam com a atenção que o parceiro naturalmente presta aos filhos, sentindo-se enciumadas. Penso que o desprendimento da pessoa, independentemente do sexo, é que faz a diferença. É mais uma questão de autoconfiança e compreensão”, declara a mediadora de conflitos Suely Buriasco, de São Paulo.

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    É necessário fazer com que todos os filhos sintam-se membros iguais da família


Independentemente do gênero, quem deseja ou decide namorar alguém com filhos precisa preencher vários pré-requisitos básicos implícitos para que o romance dê certo. O primeiro é entender que o filho vai ser sempre a prioridade. “O segundo é mostrar real disposição para compartilhar e participar da convivência e educação dos filhos do outro, visando sempre o melhor para um desenvolvimento saudável das crianças e bem-estar da pessoa com quem se relaciona”, diz Eliete Matielo.

“Quem está preparado para esse tipo de relação sabe que tem seu próprio espaço na vida do outro e compreende e aceita o espaço das crianças, promovendo uma relação de respeito com elas. É alguém que sabe administrar conflitos e impor-se sempre que necessário. Ou seja, tem autoconfiança e segurança de suas potencialidades”, explica Suely Buriasco.

Por outro lado, pessoas despreparadas para encarar a situação são ciumentas, não querem dividir a atenção, não sabem lidar com os imprevistos e as demandas que uma criança exige. Por trás desse comportamento podem se esconder diversos motivos, como insegurança, desconfiança, sentimento de posse e, sobretudo, baixa autoestima e um medo intenso (muitas vezes não justificado) de que os filhos refaçam os laços afetivos dos pais. “A pessoa despreparada, a meu ver, é a que ainda não cresceu e disputa a atenção como se fosse um filho mais velho”, comenta Regina Maria Azevedo, especialista em programação neurolínguística (PNL), de São Paulo.

Para Roberta Palermo, a mulher é quem demonstra mais ciúme nessas situações, pois nem sempre consegue lidar com o fato de não ter sido a primeira a ter dado um filho para o homem que ama. “Ao olhar para a criança, é como se enxergasse uma mini-ex dentro de sua casa, entre outras paranóias que podem aparecer. Muitas vezes elas surgem porque o namorado ou marido tem um comportamento inadequado que causa mal-estar. O homem que tem medo da ex e dó dos filhos é o pior deles.”