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Especialistas ensinam a conviver com colegas de trabalho difíceis

Trabalhar com diferentes tipos de pessoas é rotina. E aprender a lidar com elas é necessário - Thinkstock
Trabalhar com diferentes tipos de pessoas é rotina. E aprender a lidar com elas é necessário Imagem: Thinkstock

DANIELA SILVEIRA

Colaboração para o UOL

17/06/2011 07h00

Saber trabalhar em equipe e lidar com diferentes tipos de personalidades é fundamental para se destacar na carreira. Hoje em dia, é comum que pessoas de vários departamentos trabalhem juntas para desenvolver projetos e impulsionar o crescimento de uma empresa. E, para que isso aconteça, dois fatores indispensáveis devem estar em sintonia: bom relacionamento interpessoal e boa comunicação.

Mas como nem todo mundo é igual, comunicar-se e relacionar-se com pessoas pode ser um desafio desgastante. Especialmente, se os colegas tiverem temperamento difícil. Vera Martins, mestre em comunicação e mercado, especialista em medicina comportamental e pesquisadora do comportamento humano, de São Paulo (SP), classifica os cinco estilos de comportamentos difíceis mais comuns no ambiente de trabalho: o impositivo, o dono da verdade, o dissimulado, o passivo e o reclamão (veja abaixo as características).

“Se o profissional não souber lidar com esses comportamentos difíceis, esses colegas podem tirá-lo do seu trajeto profissional e levá-lo a direcionar energias para questões que não agregam nada ao seu trabalho. Se o profissional for dominado pelo medo de enfrentamento, sua imagem pode ser manchada por comentários maldosos e sua credibilidade cair por terra”, diz.

Vera também explica que esses tipos de comportamento se manifestam quando o profissional se vê em situações estressantes e ameaçadoras. “Normalmente, os comportamentos difíceis aparecem como forma de defesa em situações nas quais a pessoa se sente ameaçada. São atitudes movidas por emoções negativas, como medo, inveja, ciúme, raiva, frustração etc”, afirma. Veja as características dos cinco estilos mais comuns de comportamentos difíceis citados pela pesquisadora (e como lidar com elas):

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Como evitar conflitos
O autocontrole é fundamental para lidar com profissionais difíceis. “Agir de forma impulsiva pode comprometer a sua imagem no ambiente de trabalho. Na maioria das vezes, a perda de controle, traz prejuízos, pois a pessoa se arrepende e pode ser tarde demais”, explica a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, de São Paulo (SP). Veja as orientações da mestre em comunicação e mercado Vera Martins, que também é autora dos livros “Seja Assertivo!” e “Tenha Calma!” (ambos da Ed. Campus), para lidar com colegas de trabalho difíceis:

Lições gerais

Seja assertivo. Diga o que pensa, sente e precisa, sem rodeios ou constrangimento. Fale com firmeza e autoconfiança, mas sem usar palavras e gestos agressivos. Mantenha sempre o respeito e a educação;
Esteja sempre embasado em fatos e dados para vender suas ideias, administrar conflitos e dar e receber retorno sobre os resultados. Diga ao colega somente aquilo que agregue algo e que traga benefícios ao relacionamento;
Coloque-se no lugar do outro, buscando compreender o que o leva a adotar esse comportamento difícil. Entender como o outro funciona ajuda-o a melhorar sua argumentação e tornar seu posicionamento mais seguro e autoconfiante;
Mostre envolvimento com o colega e o quanto você o respeita em suas competências. Reconheça os pontos fortes dele, faça elogios sinceros às suas boas realizações, mas sem exageros. Isso ajuda a quebrar a arrogância, a agressividade, a timidez e a insegurança do outro.

Inteligência Emocional

A Inteligência Emocional também é um fator importante para trabalhar com pessoas difíceis de lidar. “Compreende a capacidade de se relacionar com o outro (ouvir e comunicar), motivar, se conhecer e ter autocontrole. Uma pessoa inteligente emocionalmente não é aquela que controla as suas emoções, mas aquela que controla as suas ações. Não é porque estou com raiva que tenho de agredir o outro”, explica a psicóloga Lucimar Delaroli, especializada em Gestão de Recusros Humanos e professora dos cursos de pós-graduação nos MBAs de Marketing da ESPM/ RJe de Gestão de Negócios da IBMEC/RJ.

“O que falta às pessoas, hoje em dia, é uma dose de capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender a posição e as atitudes alheias, não no sentido de se submeter às vontades, mas, sim, de compreendê-lo para poder estabelecer um diálogo”, diz o professor doutor Marcelo Afonso Ribeiro, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, da USP.

Vale levar em consideração que, muitas vezes, as pessoas não percebem que agem de forma inadequada com os colegas ou não sabem que as suas atitudes afetam os demais. "Tendemos a achar que essas pessoas agem para, deliberadamente, nos prejudicar ou irritar, esquecendo-nos de que elas, como nós mesmos, só estão vivendo suas vidas e correndo atrás de seus objetivos como julgam correto fazê-lo”, afirma a psicóloga Lucimar Delaroli.