Topo

Adote dez medidas simples que podem evitar o mau humor diário

Para combater o mau humor passageiro e corriqueiro, as soluções são simples e estão ao alcance de todos - Thinkstock
Para combater o mau humor passageiro e corriqueiro, as soluções são simples e estão ao alcance de todos Imagem: Thinkstock

Maria Miranda

Do UOL, em São Paulo

05/01/2013 07h10

Bravo, intolerante, antipático, alguém que sempre acha que os outros não prestam e que enfatiza a falsidade da vida e das pessoas. Essas são algumas características típicas do mal-humorado, de acordo com a descrição do psiquiatra e psicanalista Elko Perissinotti, vice-diretor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC-USP). Todo mundo está sujeito a se sentir assim: fatores externos e temporários, como uma noite de insônia, uma obra barulhenta logo cedo, estresse no trabalho, uma briga com alguém ou um congestionamento prejudicam o humor de qualquer um.

De acordo com o médico Ricardo Alberto Moreno, coordenador do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do HC, esse tipo de mau humor “normal” dura pouco tempo, minutos, horas ou, mais raramente, dias. Como tem relação direta com algum evento desencadeante, passa assim que ele é resolvido e não traz maiores prejuízos à pessoa.

Ele é bem diferente do mau humor patológico, que, por convenção, dura mais do que duas semanas, não depende de uma causa específica e vem acompanhado de outros sintomas. Esse mau humor crônico é conhecido como distimia. “A pessoa que tem distimia geralmente acha que o mau humor foi causado por um evento externo, e não foi: é ela que é daquele jeito”, diz a psicóloga Mônica Portella, que fez pós-doutorado em psicologia social pela PUC-RJ e é diretora do Psi+, voltado para o ensino de psicologia positiva.

 

 

Para resolver esse mau humor, é preciso buscar um tratamento especializado de um psiquiatra. No entanto, para o mau humor passageiro e corriqueiro, as soluções são mais simples e estão ao alcance de todos. Veja dez medidas que podem contribuir para um bom humor cotidiano:

1. Não sofra de desânimo às segunda-feiras

É muito comum atribuir o mau humor ao início da semana, quando geralmente são retomadas as atividades de trabalho. Para evitar sofrer por antecipação, Ricardo Moreno recomenda que se dê outro significado para a segunda-feira e se tente pensar nos aspectos positivos de todas as suas atividades. Vale relacionar o trabalho a suas qualidades, como o dinheiro, a companhia de colegas, os desafios a superar etc. O desânimo excessivo às segundas-feiras pode ser um sinal de que você está na profissão errada, por isso, cabe avaliar se você tem futuro no seu emprego atual e quais as prioridades te levam a continuar naquela empresa.

O que também pode atenuar a depressão de segunda-feira é aproveitar os finais de semana para fazer atividades que te dão prazer. Quanto mais você ficar trancado em casa, em frente à TV, mais vai sentir que o tempo passou em vão antes do ciclo da semana, segundo Perissinotti. 

2. Durma bem

Não basta colocar a cabeça no travesseiro e fechar os olhos. É preciso relaxar, dormir oito horas diárias, acordar sem estresse, em silêncio. Se não for possível interromper barulhos externos, vale usar tampões próprios para o ouvido. Algumas pessoas têm distúrbios do sono, como apnéia e microdespertares, e não se dão conta disso. Nesses casos, é preciso tratamento para garantir um sono pacífico.

3. Alimente-se corretamente

Evite excessos de bebidas e alimentos, álcool e também estimulantes como a cafeína, que podem prejudicar o sono, causar ansiedade e inquietação e influenciar no humor.

4. Faça exercícios físicos

Praticar atividades físicas contribui para a saúde e minimiza o mau humor. Siga recomendações médicas para não sofrer lesões e, consequentemente, ficar mal-humorado por conta da dor que elas causam.

5. Valorize o sexo e as amizades

Para Perissinotti, ter uma vida sexual o mais satisfatória possível também atenua o mau humor. Conviver mais com os amigos e conversar não apenas nas redes sociais também ajuda, segundo ele.

6. Tenha um animal de estimação

Segundo Perissinotti, a convivência com cães ou gatos pode melhorar o humor. Eles são como amigos: demandam atenção, oferecem carinho, precisam de cuidados e ajudam a passar o tempo de forma útil. Além disso, fazer uma caminhada com o cão pode ser uma boa forma de lazer e de atividade física.

7. Tenha um bom relacionamento amoroso

Para Mônica Portella, bons relacionamentos amorosos trazem disposição. Nem mesmo as crises a dois necessariamente tornam a pessoa mal-humorada. “Ficar chateado, triste ou mesmo com raiva por conflitos amorosos nem sempre resulta em mau humor”, diz Perissinotti. Segundo ele, para que os relacionamentos sejam positivos para o estado de espírito é preciso respeitar as diferenças, suportar as frustrações e lidar bem com ciúmes. Saber avaliar se vale mesmo a pena ter uma DR também pode ajudar.

 

8. Tenha pensamentos positivos

Algumas práticas orientais podem ajudar a relaxar o corpo, mudar a respiração e ter pensamentos positivos, como ioga, shiatsu, tai chi chuan e acupuntura, diz Perissinotti. A psicóloga Mônica diz que alguns procedimentos de análise dos próprios pensamentos também ajudam a combater o pessimismo típico dos mal-humorados. Alguns passos para esses exercícios estão no site do Psi+.

9. Reflita sobre seus sentimentos

"Todas as formas que promovam o entendimento e a reflexão sobre nossos sentimentos, emoções e afetos podem auxiliar na modificação de pensamentos e alterar o impacto que experiências adversas podem ter sobre nós”, diz Moreno.  Para combater o mau humor, ele não descarta a adoção da leitura de livros de autoajuda, a prática de religiões ou o apego a determinadas causas.

10. Identifique a causa do mau humor

Moreno indica três passos para conseguir ter uma vida mais bem-humorada: identificar a causa do mau humor, avaliar o impacto que essa causa provoca e, por fim, planejar estratégias para modificar ou reduzir o impacto daquilo que pode disparar o mau humor. “Nosso organismo tem um fator de proteção importante que nos faz avaliar as experiências vivenciadas, elaborá-las e criar estratégias para modificá-las ou diminuir o impacto negativo que eles possam acarretar. Isto significa que podemos melhorar ou frear essa indisposição se modificarmos nossos pensamentos e comportamentos”, diz Moreno.