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Não suporta os amigos do seu par? Com boa vontade você contorna isso

Evite alimentar a antipatia gratuita pelos amigos do seu namorado ou namorada - Stefan/UOL
Evite alimentar a antipatia gratuita pelos amigos do seu namorado ou namorada Imagem: Stefan/UOL

Heloísa Noronha

Do UOL, em São Paulo

07/11/2013 07h02

Iniciar um novo romance é sempre gostoso. Em alguns momentos, parece que só existem os dois no mundo, e nada mais importa. Por mais que estejam apaixonadas, porém, as pessoas têm suas próprias vidas e necessitam fazer ajustes para que o relacionamento vá adiante.

Quando um casal começa um namoro, os amigos de cada uma das partes não deixam de existir e nem sempre despertam, de cara, a simpatia de quem acabou de conhecê-los. Não é difícil imaginar, portanto, que quando um não tolera a turma do outro a relação acabe sendo afetada.

Fazer concessões faz parte do amor, mas isso não significa forjar um sorriso e disfarçar a irritação ao ter de conviver com gente incômoda. Ou tomar uma atitude drástica e colocar um ponto final em um namoro que poderia dar certo.

“É preciso, antes de mais nada, investigar o que há por trás dos próprios sentimentos e procurar ter uma atitude amistosa", diz a psicóloga Lizandra Arita. Quem detesta os amigos do parceiro deve avaliar, primeiro, se essa sensação é mesmo provocada por eles ou se envolve sentimentos como insegurança e medo de perder a atenção da pessoa amada.

Evite os julgamentos precipitados


Checar se a antipatia é pela turma toda ou por alguém específico também é fundamental para procurar se aproximar daqueles com quem você sinta maior entrosamento. Talvez o alvo do seu repúdio traga lembranças ruins de alguém que já fez parte de sua vida. Se esse for o caso, tente se livrar dos preconceitos e se aproxime da pessoa, apesar da impressão negativa inicial. Dê uma chance para que ela mostre como é de fato.

Há, também, a possibilidade de a repulsa ser fruto do famoso mecanismo chamado de projeção: vemos nos outros o que não suportamos em nós mesmos. "Não é, necessariamente, verdade que eles tenham tais características, mas acabamos acreditando nisso", fala Alexandre Bortoletto, instrutor da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL).

Alguns comportamentos também causam estranheza à primeira vista, como brincadeiras inconvenientes, piadinhas preconceituosas, gesticular ou falar alto demais. Seja qual for a atitude, o importante é não rechaçar ninguém de imediato. 

"Tome cuidado para não julgar antecipadamente as pessoas. Observe-as, se aproxime delas e tente aceitá-las. Se quem você ama tem amizade com elas, significa que alguma coisa devem ter em comum para serem amigos", diz a psicóloga e terapeuta de casal Miriam Barros.

A psicóloga Lizandra Arita fala que o melhor a fazer é não bater de frente. "É bem provável que eles adotem uma postura de enfrentamento ao perceber que você se sente na defensiva. Então, se não pode enfrentá-los, pelo menos não se coloque como barreira. Fique na sua e trate todos com respeito", declara.

Passado que incomoda

A preocupação com os fatos velados do passado do parceiro é mais um fator que contribui para a antipatia. "Enquanto quem está ao seu lado não apresenta totalmente sua história, é comum imaginar coisas que são apenas representações daquilo que achamos, mas não necessariamente correspondem à realidade", explica Alexandre Bortoletto, da SBPNL.

Exemplos? Imaginar se o namorado já transou com a garota mais popular do grupo ou desconfiar que o colega mais próximo da namorada quer algo mais. Suposições que, aos mais inseguros, doem como se fossem fatos.

Outro aspecto que costuma causar mal-estar é o fato de a turma ainda manter contato com o "ex" ou a "ex" de seu par, algo que não lhe cabe controlar. Nessa condição, a comparação é quase inevitável. "É importante ter em mente que cada pessoa tem o seu jeito e a sua personalidade. Não caia na armadilha de buscar informações sobre as qualidades e os defeitos de um 'ex'. Concentre-se naquilo que você tem de melhor para oferecer e conquiste seu próprio espaço", fala Lizandra Arita.

Convivência pacífica

Antes de tomar uma atitude intempestiva e terminar o romance, é essencial colocar em prática a política da boa vizinhança. Tenha paciência e boa vontade com as pessoas, ainda mais porque algumas podem fazer parte de seu círculo de amizades também.

"Ao se abrir para o novo, você tem a chance de descobrir pessoas muito legais. Principalmente, se conseguir ultrapassar algumas barreiras iniciais como preconceito, ciúme, medo de ser excluído, antipatia etc.", conta Miriam Barros.

E pode ser, ainda, que você e esses amigos dele ou dela não tenham mesmo afinidades. Apesar de ser difícil a convivência nesses termos, se esforce e tente encontrar algo em comum entre vocês. Tentar afastar seu amor da turma não é uma alternativa saudável.

À medida que o namoro evolui, é comum que os programas em grupo se tornem mais frequentes. Antes de se recusar qualquer convite, negocie com o parceiro quem irá e como será o programa. Manifestar suas preferências, sem julgar os outros, é uma boa alternativa para se antecipar às surpresas desagradáveis. 

 

Conversa reveladora

Se o parceiro demonstrar abertura para colocar suas impressões, é bom falar aquilo que você está sentindo, mas sem impor nada. Com isso, talvez a pessoa desperte para algo que não conseguia perceber, como o fato de um colega ser falso ou interesseiro. Isso deve acontecer a sós e sob um clima amistoso, sem cobranças.

Fale sempre na primeira pessoa, em vez de apontar os defeitos dos amigos: "Eu me sinto desconfortável quando fulano faz tal coisa" soa bem diferente de "Seu amigo é um chato". 

Quando você julga o outro, provoca uma reação defensiva, não de colaboração. Se fala como se sente a respeito de alguém ou de alguma coisa em vez de criticar, você evita uma reação agressiva.

"E, sob hipótese alguma, exija que o par escolha entre você ou eles, pois é um pedido absurdo e sem possibilidade de comparação. São relações diferentes e sentimentos diferentes", afirma Miriam Barros.