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Sete sinais de que você está boicotando a própria carreira

Misturar as vidas pessoal e profissional é um dos sinais de autossabotagem - Getty Images
Misturar as vidas pessoal e profissional é um dos sinais de autossabotagem Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Do UOL, em São Paulo

19/06/2015 07h15

Você tem ótimos contatos, uma formação acadêmica invejável e experiência em empresas renomadas. Mesmo assim, não vê sua trajetória profissional deslanchar nem recebe o reconhecimento que acredita merecer. Talvez seja o momento de analisar se não é você mesmo quem está se autossabotando. Muitas pessoas não se dão conta, mas algumas de suas atitudes depõem, diariamente, contra o ótimo currículo que possuem. Veja, a seguir, os indícios mais comuns de que você vem criando suas próprias armadilhas.

1 - Prestar atenção somente em si e não na empresa

De acordo com Giovani Falcão, gestor de carreiras e projetos da empresa de recrutamento Top Quality, do Rio de Janeiro, uma falha cometida por muitas pessoas é se ater somente aos próprios objetivos profissionais –conquistar uma determinada posição, por exemplo– em vez de tentar alinhá-los aos da empresa. “É importante não só ‘vestir a camisa’ e demonstrar competência, mas estar ciente dos projetos da organização e trabalhar em conjunto com ela”, afirma. Só consegue se destacar quem conhece bem os planos da empresa, a curto, médio e longo prazo, e consegue encaixar neles as atividades do dia a dia, o próprio desempenho e as expectativas.

2 - Não separar os lados pessoal e profissional

Embora seja uma regra básica, explícita ou não, em toda empresa, deixar as questões particulares longe do escritório é imprescindível. Chegar à empresa com uma cara amarrada, seja lá qual for o motivo, e despejar mau humor nos colegas é uma atitude difícil de ignorar, por mais que você seja competente no que faz. O mesmo vale para quem está triste ou preocupado e prefere se manter no silêncio a interagir. Óbvio que não precisa forjar uma alegria desmedida, mas a interação social é um fator primordial hoje em dia. No trabalho, sob os olhos e julgamento alheios, suas emoções podem acabar definindo quem você é. “De fato, os sentimentos não são como caixas que separamos, mas é preciso ter o discernimento de que o ambiente profissional é para trabalhar e que qualquer outra situação deve ser tratada individualmente”, diz Giovani Falcão.

3 - Achar que já sabe tudo

Deixar de estudar e investir no autodesenvolvimento é um erro gravíssimo. Evite lançar mão de justificativas como “não tenho condições financeiras”, “já estudei muito” ou “não adianta nada aprender algo novo porque a empresa não valoriza”. “Lembre-se que o investimento é para a sua carreira e não para o emprego e/ou chefe. Periodicamente, é essencial avaliar os pontos que precisam ser aprimorados e investir no seu aperfeiçoamento. Há diversas opções acessíveis de cursos presenciais e à distância, basta ter disposição e procurar”, declara Ylana Miller, sócia-diretora da consultoria organizacional e de carreira Yluminarh, do Rio de Janeiro, e professora de gestão de carreiras da faculdade Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), também na capital carioca.

4 - Não saber do que realmente gosta

Para Alexandre Nabil Ghobril, coordenador de pesquisa, desenvolvimento e inovação do Instituto Presbiteriano Mackenzie, de São Paulo, muitas pessoas só precisam investir no exercício do autoconhecimento para “se encontrarem” na carreira. Fazer algumas perguntas a si mesmo --como “que atividade que você realiza ou realizou que traz/trouxe satisfação e felicidade?” e “aprecia liderar pessoas, planejar ou executar alguma tarefa em particular?”-- é essencial. “Identificar as preferências ajuda na motivação. Assim você vai poder se esforçar para trabalhar naquilo que seja seu ponto forte e proporcione contentamento. Sem isso, certamente, o seu desempenho será prejudicado”, fala Ghobil.

5 - Ter apego excessivo ao salário

Na opinião de Ylana Miller, um dos piores tipos de autossabotagem, não só no campo profissional, mas no pessoal também, é achar que o dinheiro compensa qualquer situação incômoda. “Não adianta nada o salário ser bom, mas o profissional não gostar do que faz. O apego faz com que não busque uma nova oportunidade que concilie o aspecto financeiro com realização. Aos poucos, a motivação fica comprometida e os resultados também. Nunca a remuneração tratada de forma isolada deve ser encarada como um fator de retenção e/ou motivacional”, diz.

6 - Esperar que a empresa melhore

Aguardar que mudanças aconteçam no ambiente e que algo melhor virá é terceirizar a responsabilidade pela carreira. Evite colocar o seu desenvolvimento profissional nas mãos da companhia, do chefe e/ou de terceiros. A trajetória é responsabilidade do profissional, que não pode depender apenas dos fatores externos para alavancá-la. A atitude inteligente é ter um plano de carreira, investir nas ações e redesenhá-las, sempre que necessário. “Acreditar no seu potencial faz toda a diferença”, fala Ylana.

7 - Não saber se destacar

Achar que sempre chega a vez de todo mundo ter boas oportunidades –promoções, aumentos salariais, prêmios –, mas nunca a sua hora, mostra que a estagnação tomou conta da sua carreira e que você precisa tomar as rédeas dela imediatamente. “Será que não está fazendo mais do mesmo, todo dia, e não se destaca? Você sabe aonde quer chegar? O que os colegas de equipe têm feito de diferente para se sobressaírem? Essas são questões importantes que devem ser avaliadas se você quiser, de fato, assumir o protagonismo da sua trajetória profissional”, declara Rafael Chiuzi, doutor em psicologia do trabalho pela USP (Universidade de São Paulo) e coordenador da Escola Metodista de Educação Corporativa da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo).