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Estas mulheres não deixam de se sentir sexy por causa da idade

Heloísa Noronha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/08/2016 07h25

A idade não é empecilho para exalar sensualidade, investir na vaidade ou se vestir de forma jovial. Seis mulheres na terceira idade revelam por que hoje se sentem mais plenas do que na juventude.

Carmen Lúcia Teixeira Pontoni, 66 anos, formada em contabilidade, de São Bernardo do Campo (SP) -- Mulheres com mais de 60 falam como se sentem sexy na maturidade - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal
Carmen Lúcia Teixeira Pontoni, 66, formada em contabilidade

"Eu me sinto muito melhor hoje, pois, nos tempos atuais, não aparento ser uma pessoa idosa. Sou uma mulher ativa. Sinto-me mais sensual agora do que quando nova. Felizmente, rompi com os preconceitos com os quais fui criada. Estou casada há 45 anos e tenho uma vida sexual muito boa, pois sabemos como apimentar a relação a dois, o que nos torna mais confiantes para alcançar o prazer. Sempre fui muito vaidosa. Cuido da pele, do corpo e da saúde. Faço academia todos dias e procuro manter o peso com uma boa alimentação. Eu me visto com roupas da moda, sem excessos, e me maquio com capricho para sair. No dia a dia, não abro mão do batom, do rímel e, claro, do protetor solar. O benefício é que hoje tenho mais tempo, discernimento e maturidade para decidir o melhor para mim. É bom fazer passeios, curtir o marido e os quatro netos, sem preocupações."

Dudu Pacheco, 67 anos, empresária, de São Paulo (SP) -- Mulheres com mais de 60 falam como se sentem sexy na maturidade - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
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Dudu Pacheco, 67, empresária

"Sou uma perua assumida, adoro moda e gosto de me sentir sensual. Claro que, na minha idade, tomo cuidado para não parecer vulgar. Quero me apresentar sensual, mas com classe. Eu me sinto linda de maiô inteiro, por exemplo. Aos 67 anos, tenho uma autoestima incrível e uma vida sexual maravilhosa. Sou casada há 15 anos com meu quarto marido e nos damos muito bem --e sem ‘aditivos’. Na maturidade, a excitação vai além de uma camisola transparente ou de uma cinta-liga. É uma questão de cabeça, de afinidade, de alegria. Sou feliz como sou hoje."

Regina Racco, 66 anos, colunista de sexo professora de pompoarismo, se divide entre Rio de Janeiro e Petrópolis (RJ) -- Mulheres com mais de 60 falam como se sentem sexy na maturidade  - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
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Regina Racco, 66, colunista de sexo e professora de pompoarismo

"Tenho um filho e um neto, mas sou solteira. Sou muito nova para casar. Ter mais de 60 anos representa a melhor experiência que alguém pode ter. Contamos com toda uma boa bagagem, trazida de anos passados, a chance de passá-la a limpo e ficar apenas com o que interessa. É infinitamente melhor do que nas gerações passadas pelo tanto de estrada que trilhamos para sermos mulheres mais livres e felizes. Benefícios? Muitos! Quando jovens, além da ‘pretensão’ da beleza eterna, ainda temos a correria da vida que nos rouba vitalidade, mesmo quando fazemos o que gostamos. Mais velhas, temos a chance de nos cuidar melhor, com tempo e até mais dinheiro mesmo... E podemos ser sexy, sim, porque já somos seguras o suficiente para não nos deixar abater por nenhum preconceito. Ser ou não sexy não está apenas na beleza externa, é algo sutil, como a energia, uma aura de atração que envolve certas pessoas e atrai olhares por onde andam. Escrevo sobre sexo e dou aulas de pompoarismo e, volta e meia, leio ou ouço comentários de que sou ‘velhinha’ e deveria tricotar. Adoro desconstruir essa impressão, pois justamente por isso consigo orientar casais jovens e deles receber um carinho imenso."

Iris de Assis Batista Santos, 62, aposentada

"Ser vaidosa não depende da idade nem se sentir ou se achar sexy. Não sinto nem um pouco o peso da idade. Acho que os mais novos pensam que a ‘nossa época’ já passou e que estamos velhas, mas eu me sinto bem mais nova do que realmente sou."

Sueli Costa, 60 anos, técnica em nutrição e dietética, de São Paulo (SP) -- Mulheres com mais de 60 falam como se sentem sexy na maturidade - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
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Sueli Costa, 60, técnica em nutrição e dietética

"Tenho 60 anos, quatro filhos, nove netos e me sinto como se tivesse 40. A tecnologia ajuda muito as mulheres maduras com cosméticos e tratamentos, e hoje ainda contamos com maior informação sobre alimentação saudável. Eu me sinto livre de responsabilidades, com tempo para viver e viajar, o que adoro fazer. Tenho sonhos e planos como todo mundo. É claro que em um país no qual uma pessoa com 50 anos era considerada idosa há até algumas gerações ainda causa estranheza ver uma mulher de 60 se vestindo de maneira jovial, atraente. Ainda bem que aos poucos estamos mudando esses paradigmas."

Suzana Schermann, 62 anos, designer de interiores, de São Paulo (SP) -- Mulheres com mais de 60 falam como se sentem sexy na maturidade - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
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Suzana Schermann, 62, designer de interiores

“Eu me sinto de bem com a vida e devo isso a ter percebido que os anos vividos resultaram em uma sabedoria que aproveito para impulsionar cada vez mais a minha vontade de viver. E com intensidade, pois adoro viajar, andar, namorar, dançar, cuidar de mim e do meu corpo. É claro que quando chegamos nos 60 dá um certo aperto no coração, porque começamos a sentir que a nossa vida útil está terminando. Então, mais do que nunca, devemos ficar de bem com nós mesmas e aproveitar ao máximo. Para mim, dormir às vezes é perda de tempo. Sei que causo estranheza, principalmente quando entro em alguma fila preferencial. Usar um jeans transado já é suficiente para olhares mais curiosos e ao mesmo tempo apreciativos, mas sempre desconfiados. A evolução das plásticas, os tratamentos dermatológicos, as academias de ginástica e os mil e um tratamentos de estética colaboraram para esse novo perfil da mulher moderna da terceira idade, mas ainda considero o mais importante, pelo menos para mim, o fato de trabalhar ativamente, manter minha cabeça funcionando e não me incomodar com a opinião alheia. Sou viúva, tenho duas filhas gêmeas de 37 anos e sei que amar e ser desejada aos 62 anos é uma consequência que considero um privilégio. Quando acontece, vivo intensamente cada momento como mulher e amante, com a sabedoria de não mais me perder.”