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Sem prazer nenhum: elas contam por que não gostam de ser tocadas nos seios

Altamente vascularizados e por isso sensíveis, os seios não são uma zona erógena para todas as mulheres - Getty Images
Altamente vascularizados e por isso sensíveis, os seios não são uma zona erógena para todas as mulheres Imagem: Getty Images

Adriana Nogueira

DO UOL

13/01/2017 04h05

Há mulheres que dizem serem capazes de atingir o orgasmo só com estimulação dos seios, mas, na contramão dessas, existem aquelas que não suportam serem tocadas na região.

Na teoria, por serem altamente vascularizadas e sensíveis, as mamas são zonas erógenas importantes, mas essa característica não é capaz de convencer certas mulheres a se entregarem a carícias na área. Os motivos vão desde simplesmente não sentir prazer, ter hipersensibilidade frequente ou traumas por experiências passadas. No último caso, quando o toque causa angustia e sofrimento, a terapia pode ser uma saída para alcançar o bem-estar. Portanto, não se envergonhe. Assim como qualquer carícia sexual, ela só será proveitosa se você se sentir bem.

A seguir, três mulheres, sob a condição de anonimato, abrem o jogo sobre o tema e como isso as incomoda.

Bacharel em direito e escritora, 38 anos

"Do início da vida sexual, aos 14 anos, até os 32, só transava de sutiã. Minha relação com meus seios era complicada. Não gostava do formato, do tamanho. De nada sobre eles. Essa insegurança me fazia repudiá-los, então, o contato incomodava. A relação com eles mudou com o nascimento das minhas filhas [uma de sete e outra de 13 anos]. Eles passaram a ser úteis. O interessante é que hoje, depois de amamentar cada uma por um ano e meio, descobri outras utilidades para eles (rs). E olha que a gravidez e a amamentação não melhoram em nada formato e aparência. Muito pelo contrário. Hoje são murchos e caídos, mas morro de medo de colocar silicone e perder sensibilidade. Atualmente, tenho orgasmos incríveis só com a estimulação dos mamilos. Eu me divorciei quando ainda amamentava a mais nova. Minha autoestima melhorou muito com a separação. Lembro uma vez que foi marcante. Um carinha com quem estava saindo veio tirar meu sutiã. E eu segurei a mão dele e disse que não gostava. Ele tirou minha mão. Pronto. Descobri que podia ser incrível. Hoje meu namorado não me deixa nem dormir com roupa. Acho que fui gostando de estar nua. Aceitando meu corpo como ele é. Principalmente aprendendo a amar a mim mesma. Isso foi crucial."

Advogada, 37 anos

"A única pessoa que não me importo que toque nos meus seios é o meu ex-marido, com quem estou retomando o relacionamento. Desde os 23 anos, quando comecei a transar, nunca gostei de carícias com as mãos. Fico mesmo muito incomodada quando acontece. É como se tirassem o meu prazer. Não me importo com carícias de outras formas na região, como com a boca. Não sei o porquê de não gostar. Não acho meus seios feios nem nada do gênero. Até hoje, nunca ninguém pareceu se incomodar com essa minha restrição. Tem outras coisas que gosto e faço que compensam. Também não sou ríspida ao falar que não gosto. Nunca encarei como um problema. No sexo, tudo é questão de preferência, mas sei que devo ter perdido oportunidades de gozar, ao interromper o toque de alguém."

Publicitária, 30 anos

"Para ser sincera, não sei o que desencadeou, mas tenho na memória, desde o início da vida sexual, de não gostar que encostem nos mamilos, principalmente quando são toques delicados, que me remetem a cócegas. Sinto muita aflição. Lembro de uma vez que fui fazer um ultrassom das mamas e foi horrível, aquele gelado do gel me deixava arrepiada e bem desconfortável. Fiquei dura na cadeira rezando para acabar logo. Hoje em dia, sou casada, e meu marido sabe que não gosto. Deixei claro para ele desde o início do relacionamento, mas, quando era algo sem muita intimidade, dava umas esquivadas quando tentavam alguma coisa na região. Já aconteceu de o cara insistir e eu cair na risada por causa da sensação. Mas o fato de eu não gostar, nunca foi um tabu para mim na hora do sexo."