Molhada e preparada: as preliminares não são só gostosas, mas necessárias

O senso comum prega que as preliminares são de extrema importância para a libido e a excitação feminina no sexo, pois aumentam o vínculo e a cumplicidade com o par, gerando mais intimidade e satisfação. As carícias, no entanto, não deveriam ser vistas apenas como uma forma de romantizar a sexualidade da mulher —elas são essenciais, do ponto de vista fisiológico.

Preparada!

As preliminares são uma necessidade fisiológica para as mulheres, pois preparam o seu corpo da maneira ideal. Quanto mais excitada a mulher estiver, mais ativa será sua circulação sanguínea e mais sangue será destinado à região genital.

A vagina se incha e o clitóris fica intumescido, aumentando a sensibilidade. A reação vasocongestiva nos tecidos que circundam a vagina libera gotículas, que se agregam e formam a lubrificação vaginal. Portanto, a excitação é fundamental para a lubrificação.

A lubrificação age como facilitador da penetração, tornando as paredes vaginais mais elásticas e distensíveis. Isso auxilia na melhor acomodação do pênis e evita que a relação seja incômoda ou dolorosa. Há, também, a elevação do útero e da parte posterior da vagina para aumentar sua capacidade de acomodar o pênis, resultando num quadro de resposta sexual feminina que os estudiosos norte-americanos William Masters (1915-2001) e Virginia Johnson (1925-2013) deram o nome de "plataforma orgásmica".

A penetração em si não é o que, geralmente, proporciona prazer à mulher. Isso ocorre pois sua área mais sensível é a parte mais "rasa" da vagina. E é essa a região mais afetada positivamente pelas preliminares. É também durante as preliminares que são liberados os hormônios que ajudam a mulher atingir o orgasmo.

Sem regras, descubra

Não existem regras sobre quais são as caricias essenciais ou quais zonas erógenas devem ser estimuladas. Afinal, cada mulher é única, cada corpo responde de um jeito aos estímulos e uma relação sexual nunca é igual à outra. Algumas mulheres sentem-se estimuladas com um beijo, com o ambiente ou até com uma música que as tornam tão excitadas quanto o toque e as carícias em áreas erógenas. A somatória de tudo isso torna o momento mais excitante e satisfatório.

O mais importante, de acordo com especialistas, é o autoconhecimento. Masturbação, por exemplo, é essencial para a mulher descobrir como e onde sente prazer e a lidar melhor com o próprio corpo. Dessa forma, ela vai saber como conduzir melhor o par durante o sexo e a tirar maior proveito de todas as circunstâncias.

Fontes: Carolina Ambrogini, ginecologista e obstetra idealizadora do Projeto Afrodite do Departamento de Ginecologia da Unifesp; Maria Cristina Romualdo Galati, mestre em Ciência da Saúde pela Unifesp (Universidade Federal Paulista) e orientadora sexual do Instituto Kaplan, de São Paulo (SP); Rodrigo Pereira de Freitas, ginecologista do Hospital Samaritano de São Paulo, na capital paulista; e Rosa Neme, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP).

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