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Beber não ajuda a esquecer problemas e reforça lembrança ruim, diz estudo

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL

05/02/2017 15h58

Quem acredita no ditado "beber para esquecer" pode ficar decepcionado com os resultados de um estudo publicado este mês na revista "Translational Psychiatry". Segundo pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA), o consumo de álcool não só não ameniza ou acaba com as memórias ruins, como as reforça no cérebro.

O estudo tirou essas conclusões com uma experiência feita com ratos de laboratório. Os animais foram divididos em dois grupos: um bebeu água durante duas horas, e ao outro foi dada uma mistura de água misturada a com álcool. Depois, todos eles foram submetidos a um som e uma descarga elétrica. No dia seguinte, os roedores escutaram o mesmo som, mas dessa vez sem o choque. A conclusão foi que os ratos do segundo grupo ficam mais paralisados por medo da descarga que os do primeiro grupo. Uma análise molecular dos tecidos cerebrais também revelou que o álcool colaborou para perpetuar a sensação de medo.

Nos humanos, o equivalente seria a pessoas que sofrem com estresse pós-traumático e usam o álcool como uma espécie de "tratamento", diz Norman Haughey, um dos pesquisadores. Pesquisas estimam que 60% a 80% dos norte-americanos com este transtorno usam a bebida como refúgio para os traumas. 

Haughey declara que a pesquisa é só um primeiro passo e que a realidade de uma pessoa com estresse pós-traumático é muito mais complexa que a de um rato de laboratório, até porque muitas das vezes há uma interação entre álcool medicamentos antidepressivos e calmantes e isso poderia influenciar nestes primeiros resultados.