Topo

Nude no Instagram: Cleo Pires é a nova versão daquela sua vizinha exibida

Adriana Nogueira

Do UOL

16/02/2017 16h33

A atriz Cleo Pires postou em seu Instagram, nesta quarta-feira (15), uma foto em que aparece nua sobre uma cama. Além de mais de 260 mil curtidas (até esta quinta, 16), a imagem foi alvo de quase 8.000 comentários, a maioria elogiosos à sua boa forma e outros nem tanto, com provocações sobre o que o pai da moça ia pensar a respeito e mesmo chamando atenção para os pés dela aparentarem estar sujos.

Para a médica sexóloga Natália Barros Lopes, sentir prazer em expor o corpo e colher aplausos por isso é natural do ser humano, não nasceu com o advento das redes sociais.

“É nato do ser humano querer a aprovação do outro, e falar de si mesmo traz uma sensação de bem-estar”, afirma a especialista, acrescentando que a internet só ampliou o alcance da exibição, que antes ficava restrita a grupos menores, como a vizinhança do exibido.
 

 

Kiss my post valentine's misplaced / Beije meu mal colocado pós dia dos namorados #hahahaha #dirtyfeet #freesoul

Uma publicação compartilhada por Cleo Pires. Atriz/Actress (@cleopires_oficial)

 

em

Natália cita um estudo da universidade de Harvard, concluído nos anos 1990, no qual se concluiu que, quando as pessoas falavam de si mesmas, a área do cérebro ativado era a mesma de quando ela mantinha relações sexuais ou comia algo de que gostava muito.

Para a sexóloga, não se trata de dizer se postar fotos de nu ou sensuais é certo ou errado, a questão é não deixar esse comportamento ocupar o espaço da vida real nem se abalar com as reações negativas a ele.

“A maioria das pessoas posta fotos que reforçam uma imagem idealizada, em lugares bacanas, com uma roupa sensual ou bem maquiada. Ninguém quer mostrar a barriguinha ou situações tristes, mas não se vive assim o tempo todo”, diz Natália.

A sexóloga ainda diz que, por mais que a pessoa se sinta confiante sobre sua aparência, é preciso saber lidar com críticas ou comentários maldosos que podem vir como reação à postagem também.

A especialista só alerta sobre o fato de o desejo de se mostrar poder vir a se tornar patológico. “Tem gente que passa a viver em função de se exibir, seja na vida real ou virtual. O comportamento se torna compulsivo. Traz prazer, mas, na sequência, arrependimento e sofrimento. Quando sai do controle, a pessoa precisa se tratar.”

Mesmo dizendo que o comportamento não foi produzido pela internet, Natália Barros fala que é fato que a web está alterando profundamente o comportamento humano. Ela cita um estudo da universidade americana de Stanford que está em andamento justamente sobre os efeitos da rede sobre o modo de agir das pessoas. “Por isso que aconselho as pessoas a de vez em quando desligarem o celular e viver a vida real sem se preocupar com mais nada.”