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Mariana Goldfarb põe silicone, e o que a gente tem a ver com isso?

A apresentadora e modelo Mariana Goldfarb antes de colocar silicone nos seios - Reprodução/Instagram
A apresentadora e modelo Mariana Goldfarb antes de colocar silicone nos seios Imagem: Reprodução/Instagram

Adriana Nogueira

Do UOL

07/03/2017 16h40

Mariana Goldfarb, namorada do ator Cauã Reymond, tem 208 mil seguidores no Instagram. Na segunda-feira (6), em postagem na rede social --a foto de uma praia acompanhada da frase “Temos pintura no céu”--, seguidores questionaram se era verdade que a apresentadora e modelo havia colocado silicone. De fato, naquele dia, ela colocou próteses, em uma cirurgia que aconteceu no Rio de Janeiro.

Apesar de fazer sucesso pela beleza e ter como marca registrada um corpo enxuto –até então com seios bem pequenos–, ela nunca defendeu que as pessoas buscassem uma forma física igual a dela, com ou sem silicone. O título de musa fitness pode estar mais na cabeça de seus seguidores do que no discurso da modelo, que nunca levantou bandeira defendendo este ou aquele tipo de beleza.

Mariana ainda não postou nenhuma foto pós-cirurgia, tampouco falou na rede social sobre o assunto, mas a opção pela intervenção já gera curiosidade, o que é natural pelo fato de ela ser uma pessoa pública, mas deveria parar por aí.

Para a psicóloga e psicanalista Gabriela Malzyner, ao gostar ou desgostar da opção feita pela apresentadora, quem a segue na rede social deveria entender o procedimento como uma busca do próprio bem-estar, não como apologia desse ou daquele ideal de beleza.

“Ela tem livre arbítrio para fazer o que a deixa mais confortável. Colocar silicone não quer dizer que ela é contra quem tem peito pequeno. Não é preciso entender a opção como o discurso em prol de uma única forma de beleza”, fala a especialista que é membro da Ceppan (Clínica de Estudos em Psicanálise da Anorexia e Bulimia) e do Instituto Pensi, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo.

Gabriela diz que é essencial não perder o olhar crítico ao ver alguém que se admira fazendo alguma mudança, seja um corte de cabelo ou uma cirurgia. “Posso até ir a um cirurgião plástico e pedir para ter o nariz de determinada atriz, mas não posso nunca achar que só existe uma única forma de ser bonita.”

Mais suscetíveis a comprarem padrões de beleza idealizados, crianças e adolescentes precisam ser amparados pelos pais para desenvolverem essa visão crítica.

“Se o filho adolescente pede para fazer uma plástica por causa dessa ou daquela celebridade, os pais não devem dizer de cara nem não nem sim. É preciso refletir com eles sobre essa motivação. O que está acontecendo com o jovem? Por que ele acha que precisa daquilo? Conhece os riscos do procedimento? Só se forma uma pessoa crítica se dermos a ela a possibilidade de pensar.”