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Alunos da FGV denunciam professores por declarações machistas e racistas

Print de publicação no grupo dos alunos da FGV - Reprodução/Facebook
Print de publicação no grupo dos alunos da FGV Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL

16/03/2017 18h33

Os alunos da FGV (Fundação Getúlio Vargas) denunciaram professores do curso de Economia e Administração por declarações machistas e racistas durante as aulas. Os relatos sobre o caso foram feitos em um grupo no Facebook exclusivo para alunos da instituição.

Lá, uma aluna disse que um professor declarou que "mulher só faz o trabalho quando enche ela de porrada. Não tem que tratar mulher com beijo e mimimi! Tem que tratar com tapa, tem que mostrar que quem manda é o homem". O texto foi postado em 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

Na página, mais denúncias, como a de uma jovem que diz que um professor se referiu a uma aluna como "moreninha" e depois chamou uma de "feminista no bom sentido". "Ele ainda estava tentando explicar como que dava para usar bebida em atenuante em um caso de estupro, mas é claro 'olha onde ela estava fazendo sexo" palavras do mesmo também".

Em nota, a FGV diz que desconhece as postagens com denúncias de alunos, mas que "rechaça qualquer tipo de discriminação ou preconceito". A instituição ainda disse que "em nenhum momento foram formalizados [pedidos para apurar denúncias], oficialmente, perante a direção da instituição".

De acordo com Luis Gustavo Perez Fakhouri, presidente da DAGV (Diretório Acadêmico Getúlio Vargas), o diretório recebeu uma série de relatos que foram investigados e viraram denúncias formais que foram encaminhadas para a coordenadoria da instituição, que instaurou uma comissão de ética. “A primeira comissão de ética permanente julga os fatos que envolvem o alunato da fundação. Já a segunda, que ainda não foi aberta, analisa as acusações relacionadas ao corpo docente”, afirma. 

"A presença de variados grupos minoritários dentro da gestão do DAGV foi um importante potencializador das denúncias recebidas, fazendo com que, de maneira inédita, as condutas machistas, homofóbicas, racistas e opressoras sejam veementemente combatidas".

O Diretório também pede a reformulação do Código de Conduta e Ética da FGV com "maior espaço para a representatividade das minorias, e a partir da introdução de temas importantes no dia a dia do alunato, como as questões de desigualdade social, de gênero e de proteção à existência de diferentes orientações sexuais no mercado de trabalho, bem como outras formas de desigualdade".