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6 formas de evitar que uma fase de "seca" sexual detone a relação

Getty Images
Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para o UOL

18/04/2017 04h00

Praticamente todos os casais atravessam uma fase de sexo morno em algum momento da relação. Ainda mais quando se é mais velho ou se está junto há bastante tempo. Fique tranquilo: nem sempre isso significa que o relacionamento corre o risco de naufragar. Em boa parte das vezes, trata-se de um problema circunstancial -- mas que não deve ser subestimado. Confira as dicas para evitar que a "seca" prejudique sua vida a dois:

Aceite que fatores externos influenciam

De acordo com a psicóloga Gisela Castanho, autora de “Psicodrama com Casais” (Ed. Ágora), vários fatores podem contribuir para a fase de "seca". "Há desde questões como monotonia na relação, disfunções hormonais e doenças até fatores externos como estresse, sobrecarga no trabalho, dificuldades financeiras e problemas familiares, que drenam a energia do casal, sobrando pouco ânimo para os bons momentos que a sexualidade pode proporcionar”, afirma.

Converse sobre o assunto

Seja qual for o motivo da fase sexual morna, é importante que não fazer de conta de que ela não existe. “Uma atenção maior deve ser dada quando alguém está sofrendo com isso. Um dos dois pode ficar ansioso, ciumento, irritado ou desconfiado”, diz Gisela. Quando os dois encaram a questão, podem dar suporte afetivo ao outro, respeitar o momento e não exigir demais.

Para o representante comercial Álvaro Marcos de Souza, de 41 anos, de Santo André (SP), ter uma conversa franca com a parceira foi fundamental. “Há cerca de dois anos, vivi uma fase muito complicada no trabalho. A chefia mudou e a pessoa que entrou infernizava a equipe com metas inatingíveis, reuniões intermináveis e prazos absurdos. Fiquei irritado, estressado, doente, e isso se refletiu no meu casamento”, admite. O apoio da mulher deu a força de que ele precisava. “Ela entendia que, na maior parte das vezes, eu precisava de uma boa noite de sono, pois não tinha clima ou forças para nada”, conta. Ele acabou demitido, mas conseguiu uma recolocação melhor pouco tempo depois e a paz e o tesão no casamento voltaram.

É preciso se dedicar

Para a psicóloga Verônica Veras, do Rio de Janeiro (RJ), quando a relação está no início tudo é novo e instigante. “O tesão é automático e necessário para que a intimidade se estabeleça, mas nos casais de longa data as coisas não são tão fáceis assim. É preciso dedicação extra a esse assunto para que ele se mantenha como parte importante da relação”, observa.

Admita sua responsabilidade

Em certos casos, os envolvidos não conseguem admitir a própria responsabilidade no problema e se defendem jogando a culpa no outro. “O que era algo possível de resolver acaba se tornando um monstro destruidor de relacionamentos, ficando cada vez mais difícil a solução”, pondera Verônica. Muitas pessoas não se sentem confortáveis em abrir o jogo -- mas é preciso se esforçar. “O silêncio faz com que o outro acabe se sentindo culpado, menos amado e desejado. E, assim, o afastamento passa a ser inevitável”, afirma a psicóloga.

Pergunte-se se não há um problema maior

A "seca" merece atenção quando é um sintoma de uma relação que não dá conta de si mesma e em que as partes não estão se entendendo. Muitas vezes não transar serve como termômetro para problemas maiores que possam estar “escondidos” -- talvez o relacionamento já esteja detonado e o casal apenas ainda não admita o fim.  “Uma crise com baixa da atividade sexual é natural e ocasionalmente pode acontecer. Entretanto, um período prolongado de desinteresse é uma luz vermelha que se acende. Há algo na relação que precisa ser visto ou revisto”, analisa Márcia Modesto, terapeuta de casal e de família do Rio de Janeiro (RJ).

Para a professora Maria Ângela Z. Vieira, 34 anos, de São Paulo (SP), a falta de sexo sinalizou que ela não tinha perdoado uma traição do marido. “Achava que tinha superado e, para mim, não havia o menor problema em transar só de vez em quando. Foi só quando ele me confrontou que me dei conta de que eu não queria tanta intimidade assim porque não conseguia mais confiar 100% nele”, relata ela, que ainda tentou resgatar a relação, mas acabou optando por se separar.

Se estiver longe, abuse da criatividade

Caso precise lidar com o afastamento por conta de uma viagem de estudo ou trabalho, aposte em recursos como Skype e WhatsApp. “A comunicação, quando acontece, é o maior afrodisíaco”, diz Gisela. Essas artimanhas ajudam a exercitar a criatividade e a explorar o aspecto lúdico do amor e do sexo e a “seca” acaba servindo para fortalecer o romance. Que o diga a advogada carioca Pâmela Meneses, 32 anos. Para driblar a saudade do noivo, que passou seis meses na Índia devido a um projeto profissional, ela abusou da imaginação. “Além de sexo via webcam, eu também inventava uns números de striptease baseados em filmes e pedia para ele gravar com a própria voz uns contos eróticos cheios de sacanagem. A gente se divertiu muito e isso não deixou a relação ficar estagnada. Quando ele retornou ao Brasil, o sexo ficou ainda melhor porque parecia que tínhamos atingido um outro nível de intimidade”, revela.