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Sua família odeia seu par? Veja 6 formas de lidar com a situação

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Imagem: iStock

Heloísa Noronha

Colaboração para UOL

19/04/2017 04h00

Em novelas, seriados e filmes, a oposição da família a um romance acaba ajudando a fortalecer a relação em vez de neutralizá-la. Na vida real, a situação costuma ser um pouco menos romântica e mais problemática. Várias podem ser as razões por trás da antipatia pelo par: diferenças de padrão social, cultural, ou financeiro, valores afetivos e emocionais com julgamento moral inflexível, crenças religiosas distintas ou simplesmente uma aversão sem fundamento. Seja qual for o motivo, para o casal viver em paz é preciso ter jogo de cintura para lidar com a situação. Veja algumas dicas para minimizar esse problema:

1. Destaque os pontos bons da pessoa

Para a psicoterapeuta Maura de Albanesi, de São Paulo (SP), uma maneira inteligente de amenizar a birra é enaltecendo, nos ouvidos dos familiares, as qualidades do eleito. “Comente as coisas gostosas que vocês fazem, fale sobre como se divertem, aprendem e crescem juntos”, sugere. Em vez de usar somente adjetivos, tente ainda relatar as atitudes positivas da pessoa. Deu certo com a secretária Bia Resende, 32 anos, de Porto Alegre (RS). “Minha mãe implicou muito tempo com o Carlos. Até depois do casamento, ela criticava a maneira como ele conduzia a carreira. Ele é professor e gosta do que faz, mas minha mãe achava que podia ser mais ambicioso. Foi só depois que comecei a contar o quanto o trabalho dele fazia a diferença na rotina da escola e na vida dos alunos que ela passou a respeitá-lo. Acredito que quando você admira de verdade o parceiro, a família acaba aceitando”, conta Bia.

2. Equilibre as atenções

Deixar a família de lado para ficar 100% do tempo com o par e gerar menos conflitos não é a estratégia ideal. “Em muitos casos, os parentes se ressentem, sofrem com a sua ausência e acabam ficando ainda mais bravos. E você também não vai se sentir bem com esse afastamento”, diz Maura. O ideal é equilibrar as atenções e se esforçar para que todos convivam bem, sem ter de fugir de um lado ou de outro. Esconder o par da família não resolve nada e vice-versa. “O vínculo e o afeto não ocorre de uma hora para a outra”, acredita Pedro Victor Souza, 29 anos, advogado de Santo André (SP). “Meus pais são evangélicos e no início rechaçaram a minha namorada, que segue a doutrina espírita. Com o convívio, porém, puderam rever alguns preconceitos e hoje a aceitam e a respeitam”, explica.

3. Estimule as identificações

Em muitos casos, a birra ocorre porque a família não aceita determinada característica do par. Em vez de tentar forçar a aprovação, que tal buscar pontos de identificação e valorizá-los? “Propicie conversas de trocas, afinal, você conhece os dois mundos, o dele e o da sua família. Faça a ponte: quando estiverem juntos, aborde assuntos que você sabe que os dois lados gostam e se interessam”, aconselha Maura. É importante, ainda, principalmente em relacionamentos que acabaram de começar, falar para o par as coisas que a família não curte ou tem o pé atrás. A intenção não é criar uma postura artificial, mas sim tomar uma atitude preventiva diante de assuntos polêmicos ou tabus.

4. Não alimente as críticas

Evite falar mal do par para a sua família. Brigas são comuns em qualquer relacionamento; convivência gera discordância e, consequentemente, crescimento. Porém, se a família não vai com a cara da pessoa pode aumentar o peso das suas histórias e, claro, intensificar a birra. “Além do mais, certos comentários só abrem espaço para os parentes se acharem no direito de opinar na sua relação”, diz a psicóloga Sandra Samaritano, de São Paulo (SP). Portanto, filtre o que leva adiante. E também é desnecessário contar para o par, com todas as letras, as opiniões da sua família. Isso só gera mais insegurança e mágoa e pode dificultar ainda mais uma possível aproximação.

5. Dispense a rebeldia

Na opinião da psicóloga Rejane Sbrissa, da capital paulista, sair com o par às escondidas, manter a relação em segredo, deixar de ir a compromissos familiares ou colocar outras pessoas contra a opinião da família só piora a situação. “Não imponha sua decisão por meios agressivos, pois a família só vai repelir ainda mais o seu par. Além disso, atitudes drásticas, aos olhos alheios, podem passar a impressão de que a influência do par é nociva. Pense nisso”, orienta.

6. Banque sua decisão

Segundo a psicóloga Sandra Samaritano, é preciso investir no autoconhecimento para lidar com sua escolha, levantando os prós e os contras que isso implica. A maturidade emocional ajuda a dar vazão aos desejos e a viver com o ser amado o que sente, assumindo-o e respeitando-o. “Viver uma escolha só diz respeito a você e a seu par, então enfrente os obstáculos enquanto puder sendo feliz e se relacionando com quem ama”, afirma.