Baleia Azul: para ajudar, não espalhe boato e fique atento aos adolescentes
Na ânsia para ajudar a combater o tão falado jogo da Baleia Azul, que pode estar ligado às mortes de adolescentes pelo Brasil, muita gente tem compartilhado histórias assustadoras pelas redes sociais. Mas, sem checar a veracidade dos fatos, você pode estar mais atrapalhando do que auxiliando alguém.
Para Ivelise Fortim, coordenadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, para evitar pânico desnecessário, o melhor é não repassar a informação se você não confirmou que ela é verdadeira.
"As pessoas estão com pouco 'desconfiômetro' se a notícia é falsa ou não. Não só no Whatsapp, no Facebook também. As pessoas recebem aquilo e não param para pensar, por dois minutos que seja, ‘será que isso é verdade? Qual é a fonte disso?' Elas não verificam a fonte das informações", afirma Ivelise.
A especialista recomenda aos internautas sempre tentar confirmar se uma história é real ou boato buscando notícias na imprensa. "Os grandes veículos de comunicação têm o jornalista que faz uma pesquisa, pega informações com delegados. São fontes mais confiáveis do que a gravação de áudio ou mensagem que você recebeu no Whatsapp da mãe que está em não sei qual colégio, que você não tem a menor ideia de quem é. Ou da pessoa que repassou a mensagem de que a balinha está envenenada na escola", aconselha.
Ivelise reitera que é importante sempre estar atento ao comportamento dos jovens. "Há um pouco de pânico com essa história da Baleia Azul agora, mas é preciso prestar atenção ao comportamento do adolescente. Entre as características principais do jogo está a automutilação, então os pais têm que estar atentos aos sinais".
Como orientar?
Para quem tem filhos e está preocupado com o acesso das crianças e adolescentes às redes, o Guia Internet Segura para pais, criado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), pode ajudar a evitar que os jovens estejam expostos a riscos. A cartilha pede que o diálogo entre pais e filhos seja estimulado, além de reforçar os cuidados que os filhos devem ter com estranhos e que se estabeleçam regras.
"Ao navegar na Internet seus filhos podem ter acesso a conteúdos impróprios, falsos, incompletos ou ofensivos, como boatos, correntes, pornografia e violência. Filtrar essas informações exige senso crítico e, dependendo da idade e da maturidade dos seus filhos, eles podem não estar preparados para isso", orienta o material.
Já o Guia Internet com Responsa, também organizado pelo NIC.br, dá dicas para instruir os adolescentes. "Não espalhe na rede o que não for verdade ou fatos que exponham os outros ao ridículo. Antes de postar um comentário maldoso ou compartilhar algo que possa humilhar alguém, pense bem e veja como se sentiria se estivesse no lugar do outro", diz o manual.
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