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Coaching da vida sexual: profissionais ajudam a ter mais prazer no sexo

Gabriela Guimarães e Marina Oliveira

Colaboração para o UOL

25/04/2017 04h00

Uma facilitadora de questões sexuais, intimidade e relacionamento. Assim se definem as sex coaches, profissionais que trabalham para empoderar indivíduos – mulheres, na maior parte das vezes – em relação ao próprio corpo e desejos.

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“Cada pessoa é um universo de experiências que precisa ser analisado individualmente. O que a cultura nos empurra pode não ser a nossa verdade. Por isso, há tanto descontentamento na área sexual. O sex coach ajuda a organizar essas informações e peneira o que realmente funciona para aquela pessoa, para aquele casal”, explica a sex coach Tarciana Chuvas, que trocou a área de turismo pela de sexualidade e, além de dar palestras sobre o tema, faz atendimentos individuais.

O sex coach dá lições práticas sobre sexo

Diferentemente de um terapeuta ou psicólogo, profissionais especialistas em sexualidade, o sex coach tem uma ação pontual, ele está lá para pensar em soluções práticas que possam ajudar a resolver uma queixa específica. “Pensamos juntas em um plano de ação para mudar o que incomoda. Quando me procuram, as clientes já estão muito focadas: querem esquentar o relacionamento de muitos anos, aprender algo para surpreender um novo parceiro ou desenvolver uma técnica específica”, explica a sex coach Luciana Keller, proprietária da boutique Constantine, em São Paulo, que comercializa lingeries, brinquedos eróticos e também organiza cursos.

Luciana é formada em psicologia e, durante duas décadas, trabalhou na área de RH. A formação a permite enxergar quando um caso deve ser tratado em consultório. “Eu não trato disfunções, traumas ou doenças de fundo emocional. Quando percebo que se trata desse tipo de caso, já encaminho para uma outra psicóloga”, diz a sex coach.

Mulheres comprometidas, na faixa etária dos 30 aos 50 anos, compõem a maior parte do público que procura essas profissionais. Algumas levam os maridos ou companheiros para um atendimento conjunto, posteriormente. “O que acontece é que o homem precisa acompanhar essa nova mulher: mais exigente, confiante, segura e independente”, diz Tarciana.

Aula de sexo oral está entre as mais pedidas

Segundo Luciana, elas querem saber, na prática, como “apimentar” a relação. E também aprender novas habilidades, de massagem, por exemplo. “Saber como fazer sexo oral e anal também são pedidos comuns”, diz a sex coach. Nesses casos, o atendimento funciona como uma aula particular, em que a profissional vai detalhar cada técnica. “Eu utilizo projeção de imagem e mostro a anatomia dos órgãos masculinos e femininos para ensinar, passo a passo, o que fazer e quais são as áreas erógenas”, diz a profissional.

Há, ainda, clientes que buscam mudanças na vida sexual, mas não sabem por onde começar. Com essas, é preciso um diálogo prévio para descobrir quais são as reais insatisfações. “No geral, chegamos à conclusão que todas querem a mesma coisa: liberdade. Seja para conquistar, gozar ou aprimorar a relação. Elas querem se libertar daquilo que impede a sexualidade de fluir”, diz a sex coach Julia Sanches, que também é psicóloga e realiza atendimentos pelo site sexcoachbrasil.com.

A principal lição é a da autoestima e confiança

Cabe à profissional deduzir se o que a cliente pede é realmente o que vai fazê-la mais feliz na cama. De acordo com as especialistas, em boa parte dos casos, o que falta é autoconhecimento. "Eu posso ensinar uma série de jogos e exercícios sexuais, além de técnicas para atingir o orgasmo. Mas nada disso terá valor se ela não acreditar em si. É tudo uma questão de segurança", diz Julia.

Tarciana concorda: “Não posso ensinar strip-tease a uma mulher que não aceita o próprio corpo. É importante encontrar o tempo de cada uma. Tem mulher que sai do curso e já pratica no mesmo dia. Outras, só conseguem se permitir a experiência alguns anos depois". O coaching pode ser de apenas um dia ou durar até 15 sessões. “Existem metas e lições de casa na programação de evolução sexual. Eu passo exercícios de autoestima, autotoque e sugiro acessórios para aumentar o prazer”, diz Tarciana. “O meu papel é convidar a cliente a brincar dentro dos próprios limites, a sair da zona de conforto”, diz Julia.