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Rafa Vitti não é o único jovem desconectado; "detox" das redes é realidade

João Cotta/TV Globo
Imagem: João Cotta/TV Globo

Do UOL

28/04/2017 14h48

Em entrevista ao UOL, o ator Rafael Vitti revelou que, apesar de ser um dos maiores ídolos adolescentes do momento, não é lá muito assíduo nas redes sociais:  "Parece que eu não nasci nessa época, sou péssimo nas redes sociais. E meu 3G é horrível! É verdade, tenho o mesmo plano desde 'Malhação', e é de propósito. Eu meio que me obrigo a não ficar conectado o tempo todo”, disse.

O artista de 21 anos, no ar com a novela “Rockstory”, no entanto, não está sozinho. Não são poucas as celebridades de 20 e poucos anos que prometeram dar um tempo nas redes sociais --ainda que por curtos períodos-- em nome da privacidade. Foi o caso da modelo Kendall Jenner, dos cantores Ed Sheeran, Justin Bieber, Demi Lovato, Iggy Azalea e Miley Cyrus, e da atriz Emma Stone.

Mas tem "gente como a gente" que também está cansada de expor suas vidas. Já em 2014, o Facebook revelou que 11 milhões de adolescentes haviam deixado a rede social. Esse movimento também gerou cancelamento de contas em Instagram e Twitter para serviços mais particulares, como Messenger e WhatsApp. As empresas, claro, já perceberam a tendência e criaram mais serviços para preservar a privacidade de seus usuários, com envio de fotos e vídeos somente para os amigos escolhidos.

Apesar dos jovens brasileiros serem os mais dependentes das redes sociais, segundo uma pesquisa realizada pela Amdocs no ano passado, até mesmo aqui a falta de privacidade das redes têm causado uma necessidade de "detox" do mundo conectado.

Em entrevista ao UOL, dois jovens revelam porque optaram por uma vida mais afastada das redes sociais.

Nada de exposição

Apesar de ter somente 12 anos, Matheus Seiji Littig Soares já vê seus amigos da mesma idade vidrados nas redes sociais, postando fotos a toda hora.

Ele mesmo começou cedo, com uma conta na rede Facebook aos 7 anos, mas somente como um meio de comunicação com o pai. Hoje, afirma que não dá muita atenção para o universo hiperconectado de seus colegas. “Eu acho que não são muito úteis para mim, pois não gosto de ficar expondo minha vida por aí. No máximo posto onde estou quando viajo, mas são poucas as vezes”, diz.

A mãe, Michele, nem precisa ficar em cima para controlar os acessos do pré-adolescente aos perfis da web. "Acho que ela usa mais do que eu", brinca.

Redes mais privadas

Gyancarla Peralta Ceravolo, de 19 anos, também prefere a vida mais “desconectada”. Ela era usuária do Facebook quando a rede social ainda disputava espaço com o Orkut, em 2009. "Por volta dos 14 anos, desativei o Facebook e, desde então, eu nunca mais reativei”, lembra.

“Eu estava cansada que as pessoas ficavam cuidando da vida alheia e sabendo de muitas coisas que não precisavam saber”, diz.

A rede às vezes faz falta, como na hora de organizar trabalhos e manter contato com pessoas que conheceu durante uma viagem à Turquia, em 2014.

“Meus amigos e minha família queriam que eu voltasse”, diz. A tranquilidade veio com a criação de uma conta no Instagram, também de maneira bem controlada, com postagens, no máximo, a cada duas semanas. “Depois disso, as pessoas já têm como saber o que eu tenho feito e como eu estou, que é o que mais preocupava”, afirma.