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Pompoarismo pode ajudar homens e mulheres a prolongar a transa

Gabriela Guimarães e Marina Oliveira

Colaboração para o UOL

28/05/2017 04h00

Fazer sexo sem ter como único objetivo o orgasmo. Esse é o princípio defendido pelos que pregam a retenção orgástica, uma técnica que vem da filosofia Tantra e que promete aumentar a duração da transa, favorecer a intimidade entre o casal e, ainda, intensificar o prazer.

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Conversamos com especialistas para esclarecer dúvidas comuns sobre o tema. Confira, a seguir.

O que é a retenção orgástica?

É uma técnica que visa retardar ou evitar o orgasmo, de forma que o casal consiga curtir mais a transa. A intenção é tirar o foco do gozo, para que ambos percebam que o sexo como um todo pode ser prazeroso. A retenção também aumenta a conexão entre os dois, já que dificilmente um homem e uma mulher conseguem se excitar na mesma velocidade e com a mesma intensidade. E, sem a pressão pelo orgasmo, fica mais fácil alcançarem a mesma sintonia e permanecerem nela enquanto for agradável para os dois.

Ao segurar, o orgasmo vem mais intenso?

Sim. Os homens conseguem manter a ereção por mais tempo, assim como as mulheres permanecem lubrificadas por um período mais longo também. A retenção aumenta a sensibilidade de ambos, e, segundo os especialistas, é mais provável que orgasmos intensos e até múltiplos aconteçam.

Faz mal segurar orgasmo?

Não. O processo que leva ao orgasmo se desenvolve em etapas: a mulher é envolvida pelo cheiro do parceiro, pelo toque e só depois pelo contato no genital. Mas todas as fases são estimulantes. Já o homem se excita desde o primeiro contato físico e sente prazer enquanto houver toque, até chegar ao ápice dessa sensação. Mas apenas postergar esse pico não é prejudicial. Contudo, o homem pode sentir um desconforto no pênis se demorar muito para ejacular, porque a região genital recebe um fluxo maior de sangue durante o sexo, que só vai cessar com a ejaculação.

É difícil fazer?

É necessário ter controle da respiração, perceber cada reação do corpo e conhecer os próprios limites. O mais importante é saber, antes, quando o orgasmo está prestes a acontecer. Durante a transa, os especialistas indicam fechar os olhos, inspirar profundamente e concentrar-se, sempre que houver a intenção de segurar o clímax. Homens não devem arquear as costas, porque a postura propicia a perda de controle da ejaculação.

Quais os primeiros passos?

Para atingir o autocontrole durante a transa, é preciso treinar. Assim como não é possível sair do sedentarismo em um dia e encarar uma corrida de 10 quilômetros na manhã seguinte, é muito difícil postergar o orgasmo por horas logo de cara. Então, a orientação dos especialistas é ter paciência. Uma dica é iniciar a transa sem muita excitação. Ao perceber o tesão, a estratégia é respirar profundamente e controlar o ritmo dos movimentos que geram prazer. Se preciso, o pênis pode ser retirado da vagina. Contrair o ânus, segundo os especialistas, também ajuda a segurar o orgasmo. Na primeira semana, o casal pode tentar postergar o orgasmo por, aproximadamente, dez segundos. Na segunda semana, pode tentar vinte segundos e ir aumentando gradualmente. Será preciso perceber até quando é confortável e possível para os dois continuar curtindo a relação, sem gozar.

Há exercícios que ajudam?

Contrair os músculos pélvicos várias vezes ao dia, como se fosse segurar o xixi, favorece a retenção orgástica. Homens e mulheres também podem fazer exercícios de pompoarismo. Elas podem começar introduzindo um dedo no canal vaginal, apertando-o algumas vezes, para perceber a força que têm na região. Um exercício comum nas academias é recomendado para ambos: basta deitar com as costas em um colchonete, com as pernas dobradas e os pés apoiados no chão. Então, elevar o glúteo contraído, segurar dez segundos o quadril lá em cima e, só então, voltar para o apoio no chão. O movimento pode ser repetido de 15 a 30 vezes por dia.

Quem deu as informações: Alex Meller, urologista da Unifesp; Daniel Carletti, terapeuta corporal e massagista tântrico, Fabiane Berta, ginecologista mestre em menopausa e terapias hormonais pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Ísis Ahava, pesquisadora de artes sensuais e coach de sexualidade e relacionamentos.