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Mari Goldfarb e 3 mulheres provam que bullying dói, mas não define ninguém

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Bárbara Tavares

Do UOL, em São Paulo

13/09/2017 04h00

Quem dera a adolescência fosse apenas uma fase sem boletos para pagar e poucas responsabilidades. A fase é, frequentemente, marcada pelo bullying. Famosos como Kate Middleton, Madonna, Justin Timberlake e Rihanna foram alguns dos que já falaram do sofrimento e, ainda assim, a perseguição é tratada como frescura por muita gente. Mas dá para superar. Como? Confira histórias de quatro mulheres que deixaram o bullying no passado!

Mari "nadadora" Goldfarb

"Na 1ª série, eu tive que usar um tapa olho durante uns sete meses. Eu tinha um pouquinho de estrabismo. Um pouquinho, não. Bastante! O médico quis que eu usasse o tampão para forçar a vista e evitar a cirurgia. Imagina o quão traumático foi isso para uma criança! Fora isso, já usei dois sutiãs para ir para a escola porque todas as minhas amigas tinham peito, menos eu. Ridícula, né? Eu tinha apelido de nadadora: nada de frente e nada de costas. Teve até um que quem me deu foi meu professor. Ele disse que eu parecia uma Tênia, que é um bicho que não tem curva nenhuma. Aquilo me magoou tanto que lembro até hoje", Mariana Goldfarb, 27 anos, modelo e apresentadora

Burra que estuda em Harvard?

"Quando estava na 5ª série, tirei zero em uma prova de matemática. Eu estava viajando com os meus pais nas duas semanas anteriores à prova, não assisti às aulas nem peguei o conteúdo a tempo, por isso aquela nota. Fui muito zoada pelos meus colegas e ganhei vários apelidos que duraram até terminar o colégio. Eu não era burra, só gostava mais de fazer outras coisas em vez de estudar, mas minhas notas não eram baixas no geral. Mesmo assim, me zoavam fazendo orelhas com as mãos quando eu passava, imitando sons de burro e outras coisas. Hoje, moro em Cambridge, nos Estados Unidos, e faço MBA na Harvard Business School. Acho que superei, sim", Giulia, 26 anos, estudante

A rodada do Rio de Janeiro

“Eu fui uma pessoa bem livre durante o colégio. Fiz tudo o que tinha vontade em relação a meninos e sexo. Mesmo. Isso me rendeu uma fama que hoje enxergo como ultrapassada e machista, claro. Na época também enxergava, mas era só eu, o resto das pessoas ainda me julgava e excluía por isso. 'Rodada', 'piranha', 'fácil', eram alguns dos adjetivos que usavam para me descrever. Anos depois de formada, reencontrei o pessoal em um bar e acabei me aproximando do meu atual marido. Sim, casei com um amigo do colégio e estamos há 14 anos juntos. Hoje, meus melhores amigos são os que me chamavam de biscate e ninguém mais nem lembra do assunto. Ou pelo menos não comentam”, Priscilla, 34 anos, professora

Parece que o jogo virou...

"Durante todo o colégio, eu fui a famosa 'pega ninguém'. Eu demorei para encorpar, então, quando todas as minhas amigas já tinham coxa, bunda, peito, eu ainda era meio tábua. Nunca me achei feia, mas, aparentemente, os meninos achavam. Na viagem de formatura do 3º ano, fui a única que saiu zerada. O que mais minava minha autoestima era ser sempre a última na lista das mais bonitas, sempre a desengonçada nas festas etc. Na faculdade, entrei para um grupo de dança e desenvolvimento de consciência corporal. Acabei largando o curso de Administração e trabalho há oito anos como dançarina. Já dancei no teatro, na TV e até em casas noturnas. Foi engraçado ver alguns dos que me zoavam babando por mim ali em cima do palco", Bruna, 30 anos, dançarina