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Falta romantismo na relação? Saiba com lidar

Casal Phubbing - Getty Images
Casal Phubbing Imagem: Getty Images

Gabriela Guimarães e Veridiana Mercatelli

Colaboração para o UOL

20/09/2017 04h00

A auxiliar administrativa Giovanna Gallo, 23 anos, é romântica assumida. Já seu namorado, com quem está há um ano e um mês... é bem diferente. “Quando nos conhecemos, ele me disse que não era romântico e não dei muita bola. Mas, conforme fomos convivendo, vi que não era mesmo. Ele não fala muito dos sentimentos e, em datas especiais, eu esperei surpresas que nunca aconteceram”, conta. “Às vezes me frustro e já até me questionei se era capaz de lidar e conviver com isso”, diz.

Significa menos amor?

Assim como Giovanna, muitos se apaixonam por alguém que não demonstra o sentimento da forma que gostariam. Mas isso não indica falta de amor. “Há diferentes tipos de romantismos, minhas pacientes mostram isso. Há uma que reclama que o marido não telefona ou manda mensagens apaixonadas durante o dia. Já ele, diz: ‘Como não sou romântico? Eu compro tudo o que ela quer, dou mil presentes’. Ela não entende isso como romantismo, afinal, trabalha, é independente financeiramente e não precisa que ele compre coisas”, diz a psicóloga clínica Lizandra Arita. “Existem falhas na comunicação e nos conceitos de romantismo. Quando entendemos isso, conseguimos ver as manifestações de cuidado do outro”, completa.

Uma palavra, muitos conceitos

Definir romantismo é complexo. Tem quem se sinta sufocado ao ouvir “eu te amo” em toda ligação telefônica e ache que a coisa mais romântica do mundo é comprar pizza de surpresa, para comerem em frente à TV. Outros gostam mesmo é de textões no Facebook, fotos e declarações em público. Mas há algo em comum entre os apaixonados: “Ser reconhecido em suas qualidades, sentir que o outro se dedica à relação e que tem a intenção de crescer junto”, fala o psicólogo Roberto Debski.

Conviver com as diferenças é preciso

Não são todos que dizem, logo de cara, não serem protagonistas de comédia romântica, com fez o namorado de Giovanna. E nem sempre é por mal: no início de uma relação costumamos agir para agradar ao outro. Mas a verdade vem à tona uma hora e, sem tolerância, pode gerar complicações no relacionamento. “Se as pessoas não forem maduras, terão a vontade de mudar o outro, o que só desgasta a relação”, completa o psicólogo.

A estudante Gabriela Reis, 21 anos, namora há 2 anos e 4 meses e aprendeu a aceitar o coração de lata do namorado. “Eu posto fotos e já não ligo mais se ele não comenta. Eu sabia que ele não era muito meloso antes de namorar e que não faria declarações o tempo todo”, conta. “Me acostumei com o jeito dele e nossas diferenças em expressar o amor não impedem que fiquemos juntos.

Romantismo na medida certa

Para a psicóloga Mônica Portella, romantismo tem a ver com se colocar no lugar do outro – saber quando ele se sente amado, sufocado e quando está expressando o sentimento por você. Ainda que de uma maneira diferente da que gostaria. Giovanna Gallo parece ter entendido isso. “Aceitei que ele vai me surpreender de outras formas, ao me apoiar em momentos difíceis, sendo parceiro, conselheiro, ao me ouvir quando preciso falar e sendo um cara que me diverte muito”, conta a auxiliar administrativa.