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Após boicote, famosas usam Twitter pra revelar abusos sexuais

A atriz Anna Paquin, famosa pela série "True Blood" foi uma das celebridades que respondeu ao pedido da colega Alyssa Milano - Getty Images
A atriz Anna Paquin, famosa pela série "True Blood" foi uma das celebridades que respondeu ao pedido da colega Alyssa Milano Imagem: Getty Images

do UOL, em São Paulo

16/10/2017 12h03

O caso do produtor de cinema Harvey Weinstein, que assediou famosas como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, acaba de gerar mais uma nova onda de denúncias de mulheres que já sofreram abusos sexuais — dentro e fora da indústria do cinema — no mundo todo.

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A atriz Alyssa Milano usou seu Twitter no último domingo, dia 15, para fazer um pedido aos seguidores: "Se você já foi assediado ou abusado sexualmente, escreva 'eu também' como resposta a este tweet". 

"Se todas as mulheres que já foram sexualmente assediadas ou abusadas escrevessem 'eu também' em seus status, nós poderíamos dar às pessoas uma noção da magnitude do problema", dizia a imagem também compartilhada pela atriz que justifica a iniciativa.

A resposta foi rápida: em pouco menos de 24 horas, mais de 36 mil pessoas revelaram já ter sofrido algum tipo de violência sexual. Entre elas estão famosas como Lady GagaAnna Paquin, a Sookie da série "True Blood", Debra Messing, a Grace de "Will & Grace" e Laura Dreyfuss, a Madison de "Glee".

A hashtag #MeToo também entrou para os Trending Topics — assuntos mais comentados do Twitter — e já acumula mais de 500 mil respostas de usuários em apenas um dia.

Boicote ao Twitter

A rede social voltou a se tornar plataforma de denúncias depois de ser boicotada por usuários por 24 horas na quinta-feira, 12. O motivo por trás da iniciativa foi o bloqueio temporário da conta da atriz Rose McGowan por "violação das regras do Twitter".

Rose postou uma série de tweets comentando a repercussão das acusações de assédio sexual contra o produtor Harvey Weinstein — entre eles, um em que xinga o ator Ben Affleck após sua declaração de que se sentia "triste e enraivecido" com a situação porque tinha filhas. De acordo com o serviço de segurança do Twitter, a medida foi tomada porque a atriz publicou um telefone particular em seu perfil. 

Como resposta, a hashtag #WomenBoycottTwitter foi iniciada por alguns usuários, que levaram a um silêncio parcial na rede. Desde então, a conta de Rose McGowan voltou à ativa e o CEO do Twiter prometeu mudanças.

"Nós vemos vozes silenciadas no Twitter todos os dias. Temos trabalhado para combater isso nos últimos dois anos. Priorizamos [esta questão] em 2016. Atualizamos nossas regras e aumentamos o tamanho de nossos times. Não foi o bastante. Em 2017, transformamos [o problema] em nossa prioridade principal e fizemos muitos progressos. Hoje vimos vozes silenciarem a si mesmas e vozes se manifestarem porque nós ainda não estamos fazendo o bastante".

"Temos trabalhado intensamente nos últimos meses e focamos hoje em tomar algumas decisões importantes. Nós decidimos que tomaremos uma posição mais agressiva em nossas regras e em como as praticaremos. Novas regras: avanços sexuais não-consentidos, nudez não-consentida, símbolos de ódio, grupos violentos e tweets que glorifiquem a violência [serão combatidos]", escreveu Jack Dorsey.

"Estas mudanças passam a valer nas próximas semanas. Compartilharei mais semana que vem", postou no dia 14.