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#ChurchToo: Denúncias nas redes relatam assédios em ambientes religiosos

A partir da #ChurchToo, mulheres denunciam suas experiências com abuso e assédio sexual nas igrejas católicas e evangélicas - Getty Images
A partir da #ChurchToo, mulheres denunciam suas experiências com abuso e assédio sexual nas igrejas católicas e evangélicas Imagem: Getty Images

do UOL, em São Paulo

23/11/2017 10h01

As redes sociais se tornaram ferramentas importantes nas denúncias recentes de casos de abusos e assédios sexuais tanto em Hollywood quanto dela.

Depois do surgimento da hashtag #MeToo, que transformou o Twitter e o Facebook em plataformas para sobreviventes contarem, literalmente, milhões de suas histórias, quem viu ou passou por violência sexual em ambiente religioso está se expressando através da #ChurchToo.

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O movimento começou no Twitter no dia 21 de novembro, depois que a poetisa americana Emily Joy relatou sua experiência de assédio com um líder da juventude na igreja evangélica que frequentava quando tinha 16 anos. Ele tinha mais de 30. Veja:

A pesquisadora de trauma Hannah Paasch respondeu aos tuítes pedindo que, aquelas que estavam se identificando com a narrativa de Emily e passaram a relatar suas próprias histórias, usassem a hashtag #ChurchToo.

"Como disse a Emily Joy, o dia de prestação de contas está chegando para a Igreja, assim como para Washington e Hollywood. Compartilhem suas histórias com a #ChurchToo", pediu.

Desde então, milhares de usuários têm relatado situações de abuso sexual em mais de uma corrente do cristianismo através da hashtag. Veja algumas delas:

"Porque eu presenciei uma menina de 5 anos acusar o estuprador dela (ministro da juventude) no meio do culto e, ao invés de a congregação levar as denúncias dela a sério, eles a repreenderam e a acusaram de mentir. As palavras dela foram 'este é o homem que fez minha 'pipi' doer'".

"Um pastor da juventude chamou uma garota de estúpida por "permitir que fosse estuprada". Eu o enfrentei e outros líderes de estudos da bíblia me puniram, disseram que ele estava correto e que eu deveria respeitar os anciões da igreja. Eu deixei a igreja e nunca mais voltei".

"Na igreja que eu abandonei, o filho de 30 anos do pastor tentou abusar sexualmente de uma menina de 13 anos dentro do escritório da igreja. Os outros a culparam".

"Eu tinha 13 anos e era filha do pastor. Um membro proeminente da igreja me abusou e eu o denunciei para a igreja, que encobriu o caso, demitiu meu pai e fez dele um ancião".

"Eu tinha 12 anos e [o abuso] foi visto como um caso de traição. Eu tive que orar com a esposa do meu agressor por perdão. Ela estava tão decepcionada que eu destruí a confiança dela".

"Eu fui estuprada quando tinha 9 anos por um membro da minha igreja. O pastor e meus pais me disseram que eu tinha que perdoá-lo, que era isso que Jesus faria. Eles me fizeram abraçar meu estuprador e dizer a ele que eu o perdoava".