Topo

Demitido por manifesto "antifeminista" processa Google por discriminação

Sede da Google em Mountain View, na Califórnia - Marcio Jose Sanchez/AP
Sede da Google em Mountain View, na Califórnia
Imagem: Marcio Jose Sanchez/AP

do UOL, em São Paulo

09/01/2018 12h49

O engenheiro James Damore, funcionário demitido pelo Google após publicar um manifesto "antifeminista" em agosto no qual criticava as políticas pró-diversidade da empresa, está processando a gigante de tecnologia por discriminação. 

Veja também

James, que afirmava em seu texto "Câmara de Ressonância do Google" que a companhia deveria valorizar a variedade de opiniões políticas entre seus funcionários mais do que o compromisso de ter uma boa distribuição de gêneros e etnias nas equipes, acusa seus antigos empregadores de terem "excluído, maltratado, sistematicamente punido e dispensado" funcionários que discordaram da posição da casa sobre diversidade.

Além do engenheiro, há um segundo ex-funcionário, David Gudeman, que deu entrada no processo na corte de Santa Clara, na Califórnia. O texto original da ação legal obtida pelo site americano "BuzzFeed News" afirma:

"A administração do Google vai a extremas — e ilegais — distâncias para encorajar a contratação de gerentes que levam categorias como raça e/ou gênero em consideração como determinantes para outras contratações, em detrimento de empregados brancos e do sexo masculino como potenciais funcionários".

"O Google emprega cotas ilegais de contratação para preencher suas percentagens desejadas de mulheres e minorias, abertamente envergonhando unidades de negócio que não conseguem cumprir suas cotas — no processo, publicamente denegrindo homens e brancos que trabalham ali, que são menos favorecidos que outros", diz ainda.

"Não apenas a presença numérica das mulheres é celebrada no Google unicamente por seu gênero, como a presença de homens brancos é motivo de chacota e vaias durante as reuniões semanais na empresa", conclui a queixa.

Durante uma coletiva de imprensa no escritório de advocacia que o defende, o Dhillon Law Group em São Francisco, James disse que "aceitaria a oportunidade de retornar ao Google", porque "sente que poderia melhorar as coisas por lá". 

O Google afirmou ao "BuzzFeed News" através de seu porta-voz que "estão ansiosos para se defenderem das alegações" do engenheiro nos tribunais.