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Deu Match!?

Advogada só queria bom papo e bom português, mas se deu mal no Tinder

Deu Match!?

07/03/2018 04h00

Amanda, nossa entrevistada, não teve sorte no Tinder. Mas fora dele... Foto: Getty Images

Amanda, nossa divertida entrevistada, não teve muita sorte no Tinder. Mas fora dele… Foto: Getty Images

Vidrada na língua portuguesa, a catarinense residente em São Paulo Amanda*, 30, prezava por uma boa conversa cheia de concordância sempre que dava um match no Tinder. O intelecto, para ela, era mais importante do que a beleza. "Tinha terminado um namoro de quatro anos. Resolvi instalar o Tinder para conhecer pessoas e, quem sabe, encontrar alguém interessante. Foi quando dei match com um fulano e a conversa fluiu superbacana: cara simpático, inteligente e falava corretamente o português, o que fez com que me interessasse, apesar de não ser dos mais bonitos. Sempre admirei boas conversas. Ficamos conversando por, aproximadamente, três semanas e, e então, ele pediu para me conhecer".

Será que não tô valendo nem R$15?

Amanda e o crush se encontraram em um boteco. Papo vai, papo vem, tomaram três cervejas e, no final, dividiram a conta. O boy foi morar na Austrália, ficou um ano por lá, e, quando voltou, propôs a ela um presente de aniversário. "Ele me ligou e disse que, como presente de aniversário, me levaria para jantar. Eu, tonta que era, sugeri ao moço que fôssemos a um boteco baratinho, já que ele tinha acabado de voltar de viagem e estava economizando para comprar um carro. Fomos. O litrão valia R$ 5 e o churrasquinho custava R$ 2,50. Bebemos dois litrões e comemos dois churrasquinhos. Na hora de pagar a conta, ele surge com o seguinte papo: "Então, como a conta deu só R$ 15 e eu estava preparado para gastar muito mais, me dá o seu VR aí para eu pagar". Na hora, pensei: "Será que não tô valendo nem R$15?". Paguei com meu cartão, porque o VR não passou, e caí fora!".

A advogada continuou a saga em busca da língua portuguesa perfeita. Foi quando conheceu Roger*. "Superlegal inteligente e sem erros de português novamente. Começamos a sair com frequência e sempre dividíamos a conta. Num belo dia, um amigo dele nos chama para ir a um pub bem gostoso, mas caro, em Guarulhos. Chamei uma amiga e fomos. Resolvemos colocar todas as bebidas numa comanda só e depois dividir por quatro, já que todos bebiam a mesma coisa. Saí pra fumar e encontrei um conhecido. Fiquei lá batendo papo. Eis que, quando entro no bar de novo, o boy havia sumido. Mas não sumiu sozinho, não. Sumiu com o amigo! Eu e minha amiga ficamos esperando as criaturas aparecerem e nada. Fomos, então, com a comanda que tinha ficado comigo, pagar a conta: R$ 350. Dividimos, eu e a coitada da amiga que não tinha nada a ver", riu Amanda.

Próximo! Agora vai, pensou a catarinense, quando o aplicativo piscou e veio o match com Rodrigo*. O papo entre os dois esquentou e foram direto para o motel. "Naquele motel, exclusivamente, você deixa o carro no estacionamento e sobe a pé, passa pela recepção e se dirige ao quarto. Na hora de irmos embora, chegamos à recepção para pagar. De repente, ele grita dizendo que esqueci meu brinco no quarto. Subiu correndo e ficou mais de meia hora lá, com a moça da recepção me encarando. Paguei o motel! Aí o bonitão chega na recepção: "Vamos embora?". E fomos! E ele nunca tocou no assunto de quanto havia custado aquela noite".

Até eu tô ficando cansada de escrever essas histórias que mais parecem filme, mas ainda tem o último encontro de Amanda –foi depois desse que ela decidiu excluir o Tinder para o resto da vida. "Aquela velha história. Português impecável, gente boa, bom papo. Saímos. O moço bebeu água durante toda a noite, pensei que não curtisse álcool, sei lá. Eis que, no final da noite, uma galera deixou três dedos de uma garrafa de vodca na mesa ao lado e um energético fechado. Ele simplesmente levantou, pegou a garrafa e o energético, pediu gelo para o garçom e bebeu. Eu quase me enfiei debaixo da mesa", contou Amanda. "Foi aí que exclui o Tinder. Aliás, só de lembrar desse aplicativo já me dá arrepios. Ou tive muito azar ou muita sorte, porque depois que voltei para Santa Catarina, em duas semanas, sem Tinder, conheci meu atual namorado –que, a propósito, não é bom no português".

*Os nomes utilizados nesta reportagem são fictícios e visam preservar a identidade dos personagens

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Notícias, curiosidades e muitas histórias de quem já se deu bem ou quebrou a cara nos apps de paquera.

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