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Regina Navarro Lins

Pais se transformam em laço com os filhos e abraçam a maternagem

Universa

19/03/2018 09h17

(Reprodução/Facebook)

Para alimentar seu bebê, enquanto a mãe trabalhava, um pai colocou a mamadeira dentro da sua camiseta e fez um furo para que o bico ficasse para fora, como se fosse o mamila da mãe. A invenção funcionou tão bem, que o bebê mamou tranquilamente.

Não há dúvida de que a forma dos pais lidarem com os filhos está se transformando. Como a pesquisa do sociólogo americano Scott Coltrane documenta, os homens mais jovens, principalmente, estão começando a descartar as definições estereotipadas de paternidade como um papel distante, provedor de disciplina, ao invés de maior envolvimento com o cuidado da criança, geralmente classificado de "maternagem".

Ao contrário do que prega a tradição cultural, a maternagem — cuidados cotidianos proporcionados à criança, acompanhados da consciência da responsabilidade direta por ela — não tem sexo, mas também não tem nada a ver com os poucos minutos por dia que o pai tradicional dedica a seus filhos.

Vários outros estudos comprovam que os homens se arranjam bem quando têm que ser pai e mãe ao mesmo tempo. A inglesa Margareth O'Brien, que conduziu uma pesquisa muito detalhada com 59 pais londrinos com a guarda de crianças de cinco a onze anos, cita esta confidência de um deles: "Devo referir-me a mim mesmo como a uma 'mãe', porque não há palavra para designar os homens que fazem o que eu faço".

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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