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Morango

Nudes: 5 motivos pra mandar e 2 pra fugir da ideia

Universa

13/03/2018 05h00

Autoconfiança é a palavra-chave aqui, aja com genuinidade (Getty Images)

No sofá, na cama, no espelho do banheiro –o cenário aqui é o que menos importa. O foco é a pele, são os pelos, é a intimidade. Quanto mais insinuante a pose, mais interessante o registro. Com uma lingerie bafônica, uma calcinha de algodão bem basiquinha ou ainda, sem roupa nenhuma, a nudez ganhou uma releitura contemporânea e virou "nude".

Você decide que parte do corpo revelar, depois como (se em foto ou vídeo) e, então, para quem enviar. A prática está cada vez mais comum e para quem ainda não se decidiu ou nem pensou muito sobre o assunto, aqui estão cinco motivos pra se jogar, e dois pra correr dessa possibilidade sem olhar para trás.

Arma de sedução

A expressão inglesa sexting é uma contração das palavras sex (sexo) e texting (torpedo) e não se refere só a textos, mas também a áudios, fotos e vídeos com teor sexual, enviados por celular. Uma poderosíssima arma de sedução a um toque.

Derretendo o gelo

Não há timidez que resista a tão explícitos (e por que não irresistíveis?) convites para o sexo.

Confiança e intimidade

Não importa se a distância é física e milhares de quilômetros separam dois corações apaixonados ou se o par está logo ali na cozinha, enquanto você descansa na sala: a intimidade entre duas pessoas está diretamente relacionada à confiança. Enviar e receber nudes é um ótimo exercício para estreitar laços e pode ser feito a qualquer hora do dia, da noite, da madrugada…

I'm sexy and I know it (sou sexy e sei disso)

Autoconfiança é a palavra-chave aqui, aja com genuinidade. Use e abuse dos seus melhores ângulos, tire várias fotos, gaste um tempo escolhendo as mais incríveis, divirta-se. Mas, se não estiver num dia bom, não se force. Se receber nudes e mesmo tendo gostado não quiser retribuir, não o faça. Não aja por impulso.

É pra todo mundo, sim

Desde que você seja maior de idade, ache-se em seu perfeito juízo, não esteja sob efeito de drogas lícitas, ilícitas ou medicamentos e, portanto, seja capaz de avaliar os prós e os contras dessa "brincadeira", pode trocar nudes à vontade com outra (s) pessoa (s) que esteja (m) tão apta (s) e disponível (is) quanto você.

Pense bem: como boa parte das brincadeiras sexuais, enviar nudes também traz riscos.

Inconveniência e crime

Poucas coisas no mundo podem ser tão inconvenientes quanto receber um nude de alguém com quem não se tem nem se pretende ter nada. Imagine estar usando o celular consultando o saldo bancário ou enviando um e-mail importante e de repente pular na tela a imagem do pênis de um completo desconhecido ou ver nua uma mulher com quem não se tem nem se deseja ter a menor intimidade?! A regra de ouro é não mandar nudes nem fazer insinuações caso não haja abertura para isso.

Além de constrangedora, a atitude pode ser considerada um atentado contra a dignidade sexual do ser humano, estabelecido no artigo 61 da Lei de Contravenções Penais (Lei nº 3688/41), e é passível de multa. Quando há xingamentos, ofensas e ameaças, é possível enquadrar como injúria, prevista no artigo 140 do Código Penal, cuja pena pode variar entre um a seis meses de detenção ou multa. É importante que a vítima mantenha as provas, imprima os screenshots do conteúdo, registre um boletim de ocorrência e consulte um advogado para levar o caso adiante.

Exposição

Na mesma velocidade em que é possível tirar e encaminhar o registro sensual, ou seja, segundos, a imagem pode ser exibida e compartilhada com meio mundo sem consentimento. E quando não há permissão, espalhar nudes alheios é crime. No Brasil, atualmente, quem divulga fotos íntimas sem autorização pode responder por difamação e injúria, e as penas podem variar de três meses a um ano de detenção e multa.

Em tempo: na quarta-feira , 7 de março, o Senado Federal aprovou um projeto de lei (PLC 18/2017) que criminaliza a "vingança pornográfica", enquadrando o registro ou a divulgação não autorizada de vídeos de intimidade sexual como uma forma de violência doméstica e familiar. A pena prevista é de dois a quatro anos de detenção e multa. A medida faz parte de uma série de projetos apreciados pelo Congresso em razão do Dia Internacional da Mulher. Como o texto original sofreu alterações, a matéria volta para a análise da Câmara dos Deputados.

Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!