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Irmã de Kate Spade fala de morte da estilista: "Não foi algo inesperado"

A estilista Kate Spade morreu nesta terça (5) em Nova York - AP Photo/Bebeto Matthew
A estilista Kate Spade morreu nesta terça (5) em Nova York Imagem: AP Photo/Bebeto Matthew

da Universa, em São Paulo

06/06/2018 10h54

Após surgirem as primeiras notícias de que Kate Spade, havia morrido nesta terça (5) em seu apartamento em Nova York, a irmã da estilista, Reta Saffo, falou por e-mail ao jornal "The Kansas City Star" a respeito da luta da irmã por anos por sua saúde mental.

"Vou dizer que [a morte dela] não foi inesperada para mim. Eu voei de Napa para Nova York diversas vezes nos últimos três ou quatro anos para ajudá-la a conseguir o tratamento que ela precisava, que era a internação hospitalar", revelou. A causa da morte de Kate anunciada pela polícia foi suicídio.

"Ela sempre foi uma garotinha muito animada e acho que o estresse e a pressão da marca dela podem ter virado uma chave que fez com que ela se tornasse, a certa altura, maníaca-depressiva", disse se referindo à antiga denominação dada a pessoas com transtorno bipolar.

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"Eu cheguei tão perto de conseguir que ela se internasse no mesmo lugar onde Catherine Zeta-Jones esteve para o seu programa bem-sucedido de tratamento contra o transtorno bipolar. Conversei com eles no telefone, sem dizer exatamente quem a paciente seria, e eles concordaram em voar até lá para falar com ela e levá-la", contou.

"Ela estava pronta para ir, mas perdeu a coragem em uma manhã. Eu até disse que eu iria com ela e seria uma paciente também; ela gostou da ideia. Eu disse que poderíamos conversar sobre tudo, nossa infância e etc. Que eu poderia ajudá-la a completar quaisquer vazios que ela tivesse".

No entanto, Kate desistiu do tratamento, segundo a irmã, por se preocupar com o que o público pensaria dela caso descobrissem sua batalha pela saúde mental. "Tudo isso pareceu deixá-la mais confortável e chegamos tão perto de fazer as malas dela, mas, no fim, a imagem de sua marca (a tão feliz Kate Spade) era mais importante para ela manter". 

Andy Spade, o marido e sócio de Kate, ajudou a tentar convencer a estilista a se submeter ao tratamento, segundo Reta. Ele fez planos sobre quem tomaria conta da filha do casal, Frances Beatrix, chamada de Bea pela família, na ausência da mãe. "Mas nunca saiu do papel".

"Depois de muitas tentativas, eu finalmente deixei para lá. Às vezes, você simplesmente não consegue salvar as pessoas delas mesmas. Uma das últimas coisas que ela me disse foi: 'Reta, eu sei que você odeia funerais e não vai a eles, mas, por mim, você iria, por favor, ao meu? Pelo menos!'. Sei que ela talvez tivesse um plano já, mas ela insistiu que não tinha". 

Ela relembrou que, quando surgiram as notícias da morte do ator Robin Williams — que se suicidou em 2014 — as duas estavam juntas em um quarto de hotel em Santa Fé. "Nós estávamos chocadas e tristes. Mas ela continuou assistindo e assistindo. Acho que o plano já existia naquela época".

"Ela era uma pessoinha querida, tão gentil, tão engraçada. Eu sentirei falta de nossas conversas 6 ou 7 horas no telefone".

Kate teria cometido suicídio por não aceitar o fato de que o marido queria se divorciar dela, após 24 anos juntos. Andy Spade estaria, inclusive, morando em outro apartamento. No bilhete deixado pela estilista, ela teria dito que aquilo não era culpa da filha -- e para que ela perguntasse ao pai.