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Cortinas sem complicação. Confira nossas dicas para escolher as melhores

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08/05/2018 04h01

As cortinas de tecido representam um papel essencial em qualquer ambiente. Elas controlam a incidência de luz dentro do espaço, protegem móveis do desgaste do sol, além de trazer aconchego para áreas internas. É preferível se fazer cortinas sob medida, mas muito se engana quem acha essa opção cara, tudo dependerá da mão de obra e do tecido. Para escolher sua cortina, temos algumas variáveis como o teto ou parede, trilho, tipo de costura, barra, tecido e ambiente. Vamos explicar como funcionam estas variações para você escolher qual se adequa melhor à sua casa.

Divulgação/DB Arquitetos

 

1- Teto, trilho e varão: o primeiro passo é identificar o tipo de teto para escolhermos varão e trilho. Existem cortinas que dispensam o varão, outras dispensam os trilhos e algumas mesclam os dois. Trilho é uma peça onde prendemos a cortina para que ela possa correr e varão é aquela barra , normalmente feita de metal ou madeira.

  • Teto na laje: nesta opção não temos como embutir a cortina ou fazer um cortineiro, portanto podemos deixar o suporte da cortina aparente ou esconder atrás de um bandô. Caso não queiram a cortina até o teto ou este apresente uma dificuldade, pode-se usar os varões de parede também.

Quarto com cortina dupla e moldura de gesso (bandô) na laje – Divulgação/TRiART ARQUITETURA

 

  • Teto com forro: quando temos forro, pode ser que já tenha cortineiro, ou se estiver em uma reforma, pode pedir para que faça. Caso esteja em reforma, opte em fazer cortineiro, deixe sempre uma altura e largura de 20cm e, se possível, passe pelas janelas uns 20 centímentros também. Neste caso, o suporte da cortina fica escondido, dispensando o varão. Caso não tenha cortineiro, as opções ficam iguais às da laje. Cuidado: caso tenha forro de gesso e queira colocar cortina ali, verifique se tem reforço no teto de gesso. Caso não saiba ou não tenha, será necessário usar varões de parede.

2 – Varões e trilhos: agora é hora de escolher o suporte das suas cortinas e designar a aparência que deseja dar.

  • Varões com argola: como dissemos, podem ser de parede ou teto e sua estética não muda em nada. Os varões com argola são os mais conhecidos e seu uso tem aparecido cada vez menos, podem ser de metal ou madeira, com diversos modelos. Podem ser usados em acabamento natural ou pintados. Caso queira que eles desapareçam, escolha um tom próximo à parede. Caso queira que se destaque, escolha em outro tom contrastante. As argolas podem estar soltas do tecido ou estar embutidas no próprio tecido, conhecido por "ilhoses".

Varão com argola                               Varão com ilhoses

 

  • Varões com tecido: a estrutura que segura a cortina no varão também pode ser preparada em passantes de tecido ou  inteiriço. A cortina fica praticamente reta.

Passante de tecido                                        Tecido inteiriço

 

 

  • Trilhos suíços: são peças super simples e baratas, mas são recomendadas para quando temos bandô em laje ou cortineiro no forro. Essas peças são as mais discretas e é possível ver somente a cortina.

 

 

  • Varões com trilhos suíços embutidos: atualmente o uso deste varão tem crescido, por ser uma opção mais discreta quando o varão tem que ficar aparente. Constitui-se por uma peça tubular de metal (natural ou pintado) com o trilho dentro dele.

Varão com trilho suíço embutido – Divulgação/Trilho Suisso

 

 

3- Costuras: quando vamos prender as cortinas nos trilhos ou argolas é necessário ter uma costura entre eles. Existe o estilo reto, que é simples, e existem os modelos com pregas. A diversidade de pregas é extensa, portanto vamos comentar as mais utilizadas.

Cortina em pé direito duplo, embutido em cortineiro e costura com prega fêmea – Divulgação/Christina Hamoui Arquitetura

 

  • Cortina reta: esse é um tipo de cortina que pode ser usado em qualquer tipo de projeto sem erro, desde o mais clássico até o mais minimalista e discreto. Este é o tipo de cortina que mais aparece em projetos contemporâneos que tendem ser minimalistas.

Vemos ao fundo a cortina reta (sem prega) com varão com trilho embutido de parede em acabamento de metal – Divulgação: DB Arquitetos

  • Pregas: nada mais são do que efeitos de costura na parte superior e costumam ser usadas em projetos mais clássicos. As mais conhecidas são as pregas macho e fêmea. A prega americana já foi muito utilizada também, mas tem caído em desuso por ser bastante detalhada.

Prega fêmea                                                Prega macho                                                       Prega americana

 

4- Barras: são os acabamentos das cortinas embaixo, na lateral e na parte superior. Aqui é uma questão de gosto, as barras podem ser maiores ou menores e podem ficar rentes ao chão, voando ou arrastando. Caso esteja perdido e queira uma sugestão, o padrão que costumamos usar é: cortina reta (sem prega) com 20cm de barra na parte inferior, 10cm de na parte superior e 4cm nas laterais, com 2cm arrastando.

Caso queira brincar com os tecidos, as barras podem ser em outro tecido, variando textura, cor e estampa.

Cortina com barra alta de 50cm em estampa xadrez – Divulgação/TRiART ARQUITETURA

5- Ambientes: os mais indicados para as cortinas de tecido são as salas e os quartos, por serem locais que precisam de mais aconchego, melhor acústica, controle de luz e menos risco de serem manchadas. Quando usamos trilhos suíços em varão ou não, podemos usar trilhos simples ou duplos, ou seja, podemos ter dois tipos de tecidos, um na frente do outro, podendo o tecido de trás ser mais fino, para entrar um pouco mais de luz e um mais grosso na frente para fechar a luz.

  • Sala: indicamos usar tecidos mais leves, que passem um pouco mais de luz para manter a sala clara e com uma luz mais gostosa. Quando possível, use dois tecidos para um controle de luz maior e ter mais opção.

Cortina reta, embutida em cortineiro de gesso e tecidos leves – Divulgação/Dado Castelo Branco Arquitetura

  • Homes e quartos: aqui indicamos ter blackout na parte posterior do tecido, ou seja, um material que impossibilita a passagem de luz e fica costurado na parte de trás do tecido, permitindo que o sol entre a qualquer momento do dia, mantendo o ambiente escuro. Quando possível, use cortinas duplas para o quarto ficar com a luz do dia numa intensidade mais baixa.

Cortina Reta com bandô de gesso em laje. Blackout está por trás do tecido e não deixa passar luz – Divulgação/David Bastos Arquitetura.

6- Tecido: este é um assunto bem vasto. Tudo depende do toque final que deseja dar ao seu espaço como comentamos na matéria especial sobre tecidos. Leia no link a matéria anterior para escolher qual toque final deseja dar para sua casa.

Escolher uma cortina contém mais passos do que imaginava, né? Agora que já está entendido do assunto e pode ir às lojas colocar em prática tudo o que aprendeu. Divirta-se!

 

Sobre os autores

A dupla de arquitetos que assina este blog tem muita genética envolvida: Beatriz Dutra e André Bacalov, além de mãe e filho, são a oitava e nona gerações de artistas plásticos da família. No início, ela não queria que ele seguisse sua profissão. Mudou de ideia quando viu o talento do jovem e o convidou para trabalhar com ela. Foi aí que André decidiu começar uma carreira independente. Beatriz chefia o escritório que leva seu nome e André optou por criar o próprio, com duas sócias, o TRiART. Agora, aqui no Casa de Viver, eles finalmente trabalham juntos

Sobre o blog

Um blog com muitos macetes e sugestões para deixar seu lar mais bonito, prático e deliciosamente aconchegante. Mas não um lugar que pareça uma vitrine, não! Ninguém vive feliz em um cenário intocável. A gente quer que você tenha uma casa inspirada nas palavras de Carlos Drummond de Andrade: "Arrume a sua casa todos os dias... Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo para viver nela".

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