Ioga com vinho e cerveja: diversão ou atividade física?
Flexibilidade, equilíbrio, concentração e força. Se trabalhar essas habilidades em uma aula comum de ioga não é tarefa simples, imagine enquanto alterna os movimentos com goles de vinho ou cerveja. Para alguns dá tontura só de pensar, mas para um número crescente de curiosos e até praticantes avançados as aulas de wine ioga e beer ioga são o exercício da vez.
As modalidades estão ganhando muitos adeptos, especialmente em grandes cidades dos Estados Unidos e da Europa. Há cerca de um ano, a instrutora norte-americana Eli Walker reúne dezenas de alunos (a maioria iniciantes) em bares de Nova York para a aula que ela batizou de drunk ioga: uma sessão de vinyasa ioga (variação com sequências dinâmicas) em que os alunos bebem goles de vinho enquanto realizam os ásanas (posturas de ioga).
“A proposta é mais de uma celebração do que de uma aula formal”, comentou Walker em entrevista ao VivaBem. “É uma maneira de os principiantes ficarem à vontade para praticar na frente dos mais experientes e criar um clima leve, sem pressão por performance.”
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Bebida liberada, mas não tanto
Apesar de parecer um tanto "liberal", o método tem suas regras. Beber a quantidade de vinho determinada (duas taças, no máximo, ao longo de uma hora e meia) e apenas nos momentos indicados pela professora são regras que mantêm o grupo unido e focado, além de impedirem excessos e acidentes.
Posturas invertidas (com as pernas acima da cabeça) e com apoio nos braços ficam de fora da sessão. Walker, que tem certificação de ioga na Índia, também faz questão de preservar o aspecto sagrado do espaço de prática, por isso, realiza as aulas em bares, coworkings, hotéis ou locais alugados, em vez de no próprio estúdio.
Do outro lado do Atlântico, professoras alemãs inventaram, em 2015, a beer ioga, em que os alunos intercalam ásanas com goles de cerveja e tentativas de equilibrar uma garrafa pequena da bebida em diferentes partes do corpo. “Há séculos cerveja e ioga são conhecidas pelos efeitos terapêuticos para o físico, a mente e o espírito”, descreve Trainerin Jhula, uma das pioneiras da ioga com cerveja em Berlim. Hoje, é possível encontrar aulas em vários países da Europa, além de nos Estados Unidos, Austrália e Tailândia, geralmente em cervejarias ou pubs.
Se beber, não treine
As versões etílicas da modalidade indiana ainda não formaram adeptos no Brasil. Pelo contrário, são encaradas com reprovação. “Se a intenção for uma abordagem lúdica da ioga, tudo bem, mas não dá para levar a sério como prática física e mental”, acredita Ricardo Pereira de Oliveira, professor de superioga da academia Bodytech. “Mesmo uma quantidade pequena de vinho ou cerveja é suficiente para alterar a consciência, que durante a aula precisa estar totalmente focada no momento presente e na execução das posturas”, completa.
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