Crossfit: vilão ou mocinho?

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Além do futebol, poucos esportes no Brasil foram tão comentados nos últimos anos quanto o crossfit. Lógico que algumas críticas são produtivas, outras descartáveis. Mas, o que não podemos negar é que essa modalidade veio com tudo e conseguiu encantar muitas pessoas.

O crossfit para muitos não é só mais uma modalidade esportiva. Se tornou um estilo de vida, o que trouxe muita transformação para o meio fitness, abalando as academias e outros estúdios que oferecem treinos similares.

Falar desse esporte exige um pouco de estudo e muita prática, pois se trata de uma atividade que une algumas modalidades, como levantamento de peso olímpico, treinamento funcional, corrida, remo e bike. Essa junção gerou uma revolução na maneira de treinar, o que por sua vez atraiu muitas pessoas e tem se tornado o centro das atenções e discussões no meio fitness, alguns defendem com unhas e dentes, outros repudiam com todas as forças.

Eu, com mais de dez anos nesse ramo, tenho experimentado um pouco dessa modalidade, vou compartilhar minha experiência como aluno e também trazer uma analise do ponto de vista do profissional de educação física.

Todos os treinadores de crossfit são devidamente preparados para orientar esse tipo de atividade. É exigido que façam um curso específico para estarem aptos a ministrar os treinos. Então, a primeira coisa que você deve procurar saber é se o lugar onde treina tem profissionais capacitados pra isso.

Quem pode praticar a modalidade?

Aparentemente, todas as pessoas estão aptas a treinar. Porém, alguns cuidados devem ser tomados, de acordo com a limitação de cada um. Deve haver uma honestidade entre aluno e professor na questão de lesões, doenças, limitações de movimentos ou qualquer outro fator que possa acarretar risco ao praticante. Feito essa avaliação pelo treinador, e ele concluindo que a pessoa está apta ao treinamento, ela pode ingressar aos treinos, respeitando e trabalhando suas limitações.

E, sim, é uma modalidade que nem todos vão se adaptar, pelo simples motivo de ser uma atividade que exige que você saia da sua zona de conforto do início ao fim. Como sabemos, cada pessoa tem seu objetivo com o treino, seja ele um lazer, seja ser um atleta competitivo. O que precisamos é desenvolver a consciência do respeito. Nem todos estarão felizes fazendo a mesma coisa, por isso cada praticante sabe o que faz bem a ele.

Crossfit machuca?

Quando se fala do esporte, essa é pergunta mais frequente que escuto. Então, preciso falar da questão polêmica.

O crossfit por si só não é uma modalidade que machuca, ela não foi criada com essa finalidade. Porém, por negligência de alguns praticantes e certa parcela de culpa de seus treinadores, há falhas no treino que permitem espaço para lesões. Assim como acontece na corrida, no futebol, na musculação ou em qualquer outro esporte que seu praticante não esteja apto a executar as tarefas exigidas, tanto relacionado a técnicas quanto a cargas de exercícios.

Mais do que criticar uma modalidade que tem transformado milhares vidas pelo mundo a fora, devemos analisar onde está o erro que tem levado alguns a terem experiências negativas. Durante a sessão de treino você deve ser honesto, sincero e saber até que ponto seu corpo pode sustentar determinados exercícios e cargas.

Temos pessoas que se lesionam ou têm experiências negativas em todas as modalidades, por isso é sempre importante conhecer com quem você está treinando, por que você está treinando determinada modalidade e também até aonde isso vai levá-lo.

De qualquer forma, o importante é ter uma prática segura e agradável que gere resultados sustentáveis para você, para sua vida, não para agradar ou impressionar alguém.