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Blog do Marcio Atalla

Sedentarismo e sobrepeso: perigos que os “millennials” ainda não se ligaram

Marcio Atalla

01/03/2018 04h00

 

Crédito: iStock

Sem dúvida a geração dos "millenials" é antenada. Sabem sobre sustentabilidade, racismo, xenofobia, religião, feminismo… Mas tem uma coisinha que pode estar passando despercebida por eles. A importância do estilo de vida no que diz respeito à saúde na idade adulta. E eu estou falando de adultos bem mais jovens que das gerações passadas. Sete em cada dez "millennials" devem chegar a meia-idade, ou seja, entre 40 e 55 anos, com sobrepeso e outras complicações na saúde que em gerações passadas levariam pelo menos mais de uma década para surgir.

E nesse momento você deve estar pensando: "mas o problema do meu peso, da minha saúde, diz respeito a mim. Não tenho que dar satisfação para ninguém, certo?" Errado. A conta dos hospitais chega para todas as pessoas, saudáveis ou não, de forma quase que igualitária. Impostos no setor público e mensalidades altas dos planos de saúde são resultado da saturação do sistema. A única maneira de dar um freada nesse processo é investir em prevenção, o que significa dizer, melhorar a qualidade de vida evitando o sedentarismo e se alimentando de forma adequada. 

Em alguns países, como Chile e México, o governo acreditou que sobretaxar o açúcar, por exemplo, traria um resultado positivo, reduzindo o consumo desse alimento e por consequência, o aumento de pessoas com sobrepeso. Resultado: não funcionou. A população continuou engordando. Sobrepeso significa uma porta aberta para várias das doenças mais comuns de hoje: diabetes, pressão alta, problemas de coração, além de vários tipos de câncer, até mesmo o de mama.

Então, o que fazer? Uma pesquisa recente divulgou o tempo de tela, ou seja, período em que crianças e adolescentes passam em frente ao tablet, celular, TV e computador atualmente. Temos a tristeza de ser o primeiro nesse ranking, com nossas crianças ficando ate quatro horas por dia nesse tipo de "atividade".

Medidas punitivas, como a de sobretaxar alimentos, provocam impactos em famílias de menor renda, e não educam. O que precisa ser feito passa por três fortes pilares que já se mostraram, em alguns lugares do mundo, possíveis. Por meio da educação, como em escolas da Finlândia, em que aulas de língua são feitas caminhando.  Ou através da mudança do meio ambiente, como na Dinamarca, que é programada para o uso de bicicletas como meio de locomoção. Ou ainda, com premiação, como no Japão, que oferece menores mensalidades de planos de saúde para aqueles que conseguem manter a circunferência abdominal dentro de uma faixa considerada saudável.

É mais do que tempo de conscientizar as pessoas da importância dessa mudança de comportamento. "Desautomatizar" o nosso comportamento robótico que nos faz ficar sentados e comendo o tempo todo, sem avaliar nos estragos que serão causados no futuro.

E, sempre, não se esqueça de passar lá no canal BemStar, e conferir o vídeo de hoje.

Sobre o autor

Marcio Atalla é professor de educação física, com pós-graduação em nutrição pela USP (Universidade de São Paulo). Depois de muitos anos como preparador físico de atletas de alto rendimento, passou a desenvolver uma série de iniciativas na mídia para incentivar a população a levar uma vida mais saudável. É autor de três livros, entre eles, “Sua Vida em Movimento” (ed. Paralela), com mais de 50 mil cópias vendidas.

Sobre o blog

Dicas simples e muito eficazes para você ajustar seu estilo de vida aos poucos, começando a se movimentar mais e a fazer melhores escolhas alimentares. Detalhe fundamental: todas baseadas em estudos, sem espaço para mitos e modismos que sempre surgem quando o assunto é saúde e bem-estar.

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