Por que é difícil falar contra a exclusividade sexual obrigatória?
Trocar ideias a respeito de exclusividade sexual não é simples; provoca a ira dos conservadores e preconceituosos e ataques de todos os tipos. Essa discussão só será realmente possível quando a fidelidade deixar de ser um imperativo.
O psicoterapeuta e escritor inglês Adam Phillips considera que "a infidelidade é o problema que é porque assumimos a monogamia como algo indiscutível; como se fosse a norma. Talvez devêssemos pensar na infidelidade como o que não precisa se justificar, assumi-la com uma naturalidade sem mortificações, para termos condições de refletir sobre a monogamia. Podemos crer que partilhar seja uma virtude, mas parecemos não acreditar em partilhar aquilo que mais valorizamos na vida: nossos parceiros sexuais."
O amor romântico defende a ideia de que quem ama só tem olhos para o amado, não se interessa por mais ninguém. Isso não é verdade, mas muitos acreditam e quando descobrem que seu parceiro se relacionou com outra pessoa, concluem que não são amados.
"Tão arraigada é nossa fé na monogamia que a maioria dos casais, sobretudo heterossexuais, raramente toca abertamente no assunto. Não tem necessidade de discutir o que é um dado. Preferimos matar uma relação que questionar sua estrutura.", diz a terapeuta de casais belga Esther Perel.
Na nossa cultura, muitos defendem a exclusividade sexual. Mesmo entre os psicoterapeutas parece predominar a ideia de que maturidade emocional é ter um par amoroso estável, duradouro e exclusivo. A não exclusividade é muitas vezes interpretada como temor da intimidade, de aprofundar a relação. Penso ser fundamental uma reflexão sobre essa questão que gera tanto sofrimento.
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