Irina Shayk com Simon Van Meervenne - Foto: divulgação/ Harper's Bazaar

Irina Shayk com Simon Van Meervenne – Foto: divulgação/ Harper’s Bazaar

A oxitocina, mais conhecida como o hormônio do amor, é a grande aposta da medicina no combate à obesidade. Estudos recentes têm associado a ela o poder de ajudar efetivamente na perda de peso. No mais recente, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard conseguiu provar, em pesquisas clínicas, que a administração do hormônio sob a forma de spray nasal reduz o consumo de calorias e melhora o metabolismo em pessoas saudáveis. Os resultados da investigação já foram aceitos pela Endocrine Society, principal entidade americana de endocrinologia, e vêm confirmar as conclusões de trabalhos anteriores, que, baseados em estudos com animais, mostraram que a oxitocina diminui a vontade de comer.Vinte e cinco voluntários (12 deles com excesso de peso e o restante com peso normal) receberam uma única dose do hormônio em spray ou um placebo. Uma hora depois, eles foram convidados a seguir para um bufê, onde podiam se alimentar livre e fartamente. Após a refeição, os especialistas mediram a quantidade de calorias consumida por cada um deles e concluíram que, em média, os que receberam oxitocina ingeriram 122 calorias e 9 gramas de gordura a menos.

Segundo os pesquisadores, além de reduzir a ingestão calórica, o hormônio do amor melhorou o metabolismo dos voluntários, acelerando o processo que transforma a gordura corporal em energia, e aumentou a sensibilidade à insulina, ou seja, a capacidade de o organismo eliminar o excesso de açúcar da corrente sanguínea.“Os resultados são de fato animadores”, diz a principal autora do estudo, a professora Franziska Plessow, de Harvard.“Acredito que a oxitocina possa ser um tratamento promissor contra a obesidade e as complicações metabólicas a ela associadas”, acrescenta.

A hipótese mais provável para o poder emagrecedor da substância é sua ação no cérebro: ela age em uma área responsável por controlar o apetite e as atitudes compulsivas relacionadas à comida – basicamente, aquele ataque à geladeira fora de hora. “A oxitocina mostrou, principalmente, potencial em modificar comportamentos, trazendo alívio nos casos de ansiedade, que, em boa parte, estão associados a aumento de apetite e ganho de peso”, diz o endocrinologista Pedro Assed, mestre em Endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares, o Gota, da PUC do Rio.“Além disso, ela se revelou importante para controlar impulsos e regular hábitos alimentares inadequados, o que é essencial para pessoas que desejam perder peso”, afirma. Ainda não há previsão de quando o spray nasal chegará ao mercado com esse fim, mas a aposta é de que, muito provavelmente, isso aconteça nos próximos cinco anos.

Produzido pelo hipotálamo, o hormônio é a droga do amor natural do organismo A oxitocina, além de ser associada às contrações uterinas na gravidez e à produção de leite materno, tem relação direta com qualidade e quantidade de orgasmos, química entre casais e perda de inibição social. Seu poder de alterar comportamentos é tão forte que os cientistas até já a compararam aos efeitos do álcool e da maconha. Os níveis dobram quando nos apaixonamos e caem quando um relacionamento chega ao fim.“O hormônio tem papel importante na reprodução sexual humana, estimulando a aproximação entre os dois sexos, além de ter papel relevante no humor de homens e mulheres, tornando a relação mais fácil”, explica Pedro. No caso masculino, a oxitocina ainda controla a agressividade, deixa-os mais amáveis e com comportamentos sociais mais adequados, embora (que pena!) sua atuação seja muitas vezes bloqueada pela ação da testosterona.

Um outro estudo recente, feito no ano passado por pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, mostrou que os efeitos químicos do hormônio afetam até a atração sexual. Segundo eles, com apenas uma inalada do spray, mulheres passaram a achar seus parceiros 15% mais atraentes do que o fariam normalmente, sem a ajudinha da química. Os especialistas selecionaram um grupo de 40 meninas, na faixa dos 20 anos, com a condição de que todas fossem apaixonadas por seus namorados ou maridos. Metade recebeu uma dose de placebo e a outra inalou o spray de oxitocina. Depois, elas tinham de olhar fotos de seus amados, ao lado de outros homens, e dar a eles notas, em um ranking baseado no poder de atração. Bastou um pump do spray e elas imediatamente acharam seus parceiros bem mais atraentes do que as amigas do grupo do placebo. As pesquisas ainda estão engatinhando, mas o hormônio do amor tem tudo para ser a grande aposta da indústria farmacêutica por seus efeitos milagrosos – no amor e na balança. Um verdadeiro casamento!