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Oscar 2017: Feito sob medida para agradar, “Estrelas Além do Tempo” é um filme envolvente e atual

Nilson Xavier

14/02/2017 20h37

Octavia Spencer, Taraji P. Henson e Janelle Monáe (Foto: divulgação)

"Estrelas Além do Tempo" ("Hidden Figures") é um filme adorável sob vários aspectos. Primeiro porque é aquele cinema fácil, para agradar a massa: a narrativa prepara o público usando eficientemente seus elementos (drama, romance, humor, suspense) para o grande clímax, em que acontece a catarse (no final). Os personagens são carismáticos e de fácil assimilação, quase maniqueístas.

Nisso, destacam-se a direção (de Theodore Melfi), a produção de época muito caprichada, a trilha sonora e o excelente elenco, com muitos atores conhecidos – além das três atrizes protagonistas, tem Kevin Costner, Kirsten Dunst, Mahershala Ali e Jim Parsons (o Sheldon de "The Big Bang Theory", de nerd cômico na TV a cientista sério no cinema).

Segundo que a temática, baseada em fatos reais, é das mais atuais, apesar da trama se passar na década de 1960. A história narra a luta de três mulheres negras, gênias da Física e Matemática, anônimas, para se imporem perante homens brancos, cientistas da Nasa, numa época de forte segregação racial nos EUA. O filme é didático e pouco sutil sob este aspecto, mas não é pesado: há situações cômicas e diálogos espirituosos.

Por fim, é a história real de três mulheres negras e empoderadas de seu tempo: as amigas Katherine Johnson (Taraji P. Henson), que deu uma grande contribuição à astronáutica, Dorothy Vaughn (Octavia Spencer), uma das pioneiras da computação, e Mary Jackson (Janelle Monáe), que tornou-se engenheira aeroespacial. Permiti me deixar enlevar pelo filme com gosto: impossível não se apaixonar por essas três mulheres. 5 estrelas.

3 indicações: filme, atriz coadjuvante (Octavia Spencer) e roteiro adaptado.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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