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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Treinador virtual é eficiente para emagrecer ou melhorar em um esporte?

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Imagem: iStock

Manuela Biz

Colaboração para o VivaBem

08/06/2018 04h00

Não é de hoje que a tecnologia faz parte do mundo fitness. Há cada vez mais opções de aplicativos e sites com programas de treino para quem quer se exercitar. E essas ferramentas prometem bons resultados para todos os tipos de pessoas e objetivos: desde um iniciante que quer perder peso até um maratonista amador que pretende melhor o tempo na corrida. Mas será que ter um treinador virtual é eficiente? 

Uma pesquisa da Universidade Duke (EUA) mostra que sim, é possível obter melhora de saúde e de preparo físico em um treinamento online. Para chegar a essa conclusão, os cientistas criaram um sistema chamado mHealth (m de mobile) e acompanharam pacientes cardíacos em alta hospitalar por 12 semanas, que seguiram uma planilha de treino no aplicativo e a supervisão virtual dos especialistas da universidade.

Obviamente, para obter resultados de emagrecimento ou evoluir em uma modalidade esportiva, você precisa seguir o programa de treino virtual fielmente, e este deve ser adequado para seu condicionamento físico e objetivo. 

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Disciplina é essencial 

Antes de fazer do smartphone seu grande companheiro de treino, é preciso prestar atenção aos fatores que transformaram a experiência de Duke em um case de sucesso. O primeiro é a disciplina dos participantes. Se você é do tipo que só levanta para malhar porque marcou hora com alguém na academia, pode não dar certo

A carioca Alana Sicole, de 29 anos, mora em Nova York (EUA) e seu treinador de triatlo está em Belo Horizonte (MG). Ela recebe dele uma planilha semanal com todas as sessões de natação, ciclismo e corrida e é acompanhada via Whatsapp pelo educador físico Daniel Teodoro, da assessoria esportiva Teo Esporte. “Confesso: é muito mais fácil furar o treino quando ele só depende de você, por isso é preciso ser focada para não desistir”, explica Alana. 

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Treinador virtual e real juntos

Há basicamente dois tipos de treino virtual. Em um deles, mais comum em aplicativos, a pessoa segue um programa de exercícios padrão para seu objetivo (perder peso, correr 10 km, definir o abdome). Esse treinamento geralmente só leva em conta o nível de condicionamento inicial do praticante. Se o aluno fica 20 dias sem malhar, por exemplo, a dificuldade dos exercícios segue aumentando, mesmo que ele não seja capaz de realizá-los. Já no outro há um educador físico que troca informações constantemente com o praticante --pelo app de treino, e-mail ou Whatsapp -- e adapta a atividade física conforme sua evolução. 

“Logo de cara fazemos um levantamento do perfil e histórico do aluno. Aí, traçamos os objetivos e criamos as planilhas semanais”, conta Teodoro, da Teo Esporte. “Cobramos feedback depois de cada treino e com os dados da atividade planejamos as próximas atividades." Assim, o treinamento é mudado conforme sua necessidade. 

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Liberdade para treinar 

Uma das grandes vantagens da orientação remota é a flexibilidade, tanto de lugar quanto de horário para fazer exercícios. “Não preciso me adaptar à agenda do personal. Isso facilita a vida”, diz Alana. E ainda há a possibilidade de você ser orientado por um treinador de agenda disputadíssima. É o caso de Márcio Lui, personal responsável pela boa forma de Sabrina Sato. “Não tenho mais como aceitar novas alunas presenciais. Mas percebi que meu método --que usa basicamente o peso do corpo -- podia ser feito em qualquer lugar”, explica o educador físico. 

Ele resolveu empreender e lançou recentemente o programa StarFit 28, com uma planilha de treino, mais vídeos de demonstração de cada movimento, via aplicativo -- que ainda oferece aos alunos uma rede de apoio, com treinadores e nutricionistas, sempre atenta a tirar dúvidas. “A maioria dos assinantes não abandonou a academia, mas percebeu que a assessoria remota é uma excelente opção para complementar uma aula que já faz --como o pilates -- ou para garantir a continuidade dos exercícios durante uma viagem”, acredita Lui.

Como escolher?

Os exercícios do StarFit seguem a linha que Lui usa com suas clientes famosas: um treino intervalado de alta intensidade (HIIT) de 28 minutos para deixar qualquer um com a língua de fora. Seu diferencial é a triagem dos alunos entre iniciantes, medianos e avançados: cada um vai receber desafios a altura e tem como objetivo evoluir de classificação. Para isso, ter consciência do seu condicionamento é essencial

“A fase do aluno dentro do esporte é muito importante. Um maratonista experiente vai cumprir uma planilha enviada facilmente, mas quem está começando na corrida, por exemplo, tende a ter mais dúvidas e precisa de um profissional bastante acessível”, explica Teodoro.

Também é necessário verificar como as técnicas são ensinadas e corrigidas. “Usamos vídeos educativos com os profissionais executando cada movimento”, conta Teodoro, que depois responde as dúvidas de cada aluno individualmente. Uma boa sacada é executar primeiramente cada exercício na frente do espelho, para checar se você está seguindo as orientações corretamente.

“Costumo pedir ajuda para fazer vídeos e fotos dos meus treinos, que envio ao treinador. Foi assim que ele enxergou até o que posso melhorar no braço de apoio na natação”, conta Alana. Juntos --quer dizer, ela lá nos EUA e o treinador aqui no Brasil -- eles já têm os próximos desafios marcados: “Agora vou experimentar uma prova de corrida de montanha!” Sinal de que a parceria virtual funciona...

Treinador virtual é legal?

O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) afirma que as novas tecnologias fazem parte da evolução da profissão e que o acompanhamento online é permitido, mas é preciso tomar cuidados na hora de aderir ao programa de exercícios: verifique se o profissional está habilitado para atuar na área --isso pode ser feito em www.confef.org.br/confef/registrados -- e programe avaliações constantes para evitar danos à saúde.

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