A rua Barão de Paranapiacaba, na região central de São Paulo, já se chamou travessa do Padre Capão, rua da Mexia, das Sete Casas e da Caixa d'Água antes de receber a alcunha de "Rua do Ouro".
Percorrê-la desacompanhado leva menos de um minuto. Acompanhado e de mãos dadas, pode levar horas, devido ao enxame de "vendedores-guias" que abordam os casais mostrando o caminho para as dezenas de lojas de galerias.
Eles ganham R$ 10 de almoço e comissão quando o cliente levado por eles conclui a compra.
São dez prédios repletos de salas que comercializam joias de ouro. As alianças são as campeãs de vendas.
A recomendação é ir às segundas, terças ou quartas, quando o movimento é menor e o atendimento é mais personalizado. Aos sábados, as vendedoras chegam a atender até quatro clientes ao mesmo tempo.
As distâncias são pequenas, mas há muitas escadas, então o melhor é usar calçado confortável.
PREÇOS
Com políticas de compra e venda quase idênticas, o comércio ali é de salas pequenas e atendimento em pé. O preço é feito em cima da cotação do grama do ouro de cada dia —cerca de R$ 105, em fevereiro—, que não é a mesma da Bolsa de Valores. No mesmo mês, a cotação oficial estava perto de R$ 111. Uma aliança de tamanho médio leva 15 g.
As fábricas compram o metal e confeccionam as peças. As lojas desenham as alianças, muitas vezes baseadas no design de marcas famosas. É o caso do modelo B.ZERO1, da Bvlgari. A imitação vendida ali tem 30 g de ouro, formato parecido e custa R$ 4.100 a unidade —a original sai pelo dobro do preço.
Nos shoppings, as joias não são vendidas por grama, mas por peça, e o design e a marca são incorporados ao preço. O atendimento também é diferente, com lojas amplas, poltronas anatômicas e iluminação indireta.
Na "Rua do Ouro", uma aliança simples (6 g), 18 quilates, custa em média
R$ 630 a unidade. O valor sobe para R$ 1.290 nos shoppings, com formato e tamanho parecidos.
Em outra comparação, uma aliança com 15 brilhantes custa R$ 1.845 cada uma no centro e cerca de R$ 3.800 em shopping.
O prazo para entrega do produto também é diferente: na rua Barão de Paranapiacaba, algumas lojas confeccionam o material na hora. No shopping, pedem pelo menos duas semanas de antecedência.
Tanto na "Rua do Ouro" quanto nos shoppings, os clientes não devem se esquecer de pedir a nota fiscal e o certificado de garantia.
Polimento e gravação do nome dos noivos e da data do casamento são feitos, geralmente, gratuitamente, como cortesia das lojas.