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Prestes a ser mãe, atriz pornô grávida rebate críticas: "eu me cuido"

A atriz pornô Emme White  - Ivan Guimarães/Reprodução Instagram
A atriz pornô Emme White Imagem: Ivan Guimarães/Reprodução Instagram

Marcos Candido

Da Universa

12/05/2018 04h01

Desde que descobriu estar grávida pela primeira vez, a atriz pornô e camgirl Emme White, 37, enfrentou três tipos de recepção do público.

A primeira: os elogios dos fãs de seu trabalho no mundo do sexo. E não são à toa. Afinal, são nove anos dedicados a mais de cem produções e centenas de horas em shows particulares na frente da webcam.

A segunda: a descoberta de um fetiche específico em mulheres grávidas. “No imaginário masculino, eles acham que a mulher grávida tem mais ‘tesão’ e mais ‘hormônios’, que dão vontade de transar”, diz. “Um cara chegou a me perguntar em um chat se eu já ‘dava leitinho’. Tem gente que gosta.”

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A terceira: as críticas por não parar de trabalhar mesmo com 30 semanas de gravidez. "Atriz pornô e camgirl. Acho que algumas pessoas não lidam muito bem com uma grávida tendo relações sexuais com mais de um parceiro ou alguém que não seja marido ou namorado tradicional", avalia. “Muitos acham que, por ser mãe, tenho que ser colocada numa espécie de pedestal. A grávida pode continuar a ser produtiva, a trabalhar. Gravidez não é doença."

Emme deixa claro que tomou os cuidados necessários. O número de cenas pornôs foi diminuindo em quantidade e intensidade (“não dá para fazer sexo hardcore, né?”). Também diz ter dobrado as exigências para uso de preservativos. E ressalta que a própria indústria pornô reduz os holofotes para produções tradicionais com grávidas, que quase sempre adentram o mundo da pornografia fetichista. 

Como tudo mudou 

Natural de Porto Alegre (RS), Emmeline Rodrigues é filha de pais cristãos. Ela diz não terem aceitado nada bem quando revelou a intenção de deixar para trás carreiras consideradas tradicionais pela sociedade em geral. Abandonou os cursos de Letras e Educação Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e saiu de casa. Quando chegou em São Paulo, se tornou professora de dança do ventre, mas o dinheiro era insuficiente para o aluguel. “Trabalhar com arte no Brasil é muito retorno para não receber investimentos na mesma medida”, diz. Foi, de pouco a pouco, se apresentando na webcam, sem mostrar o rosto.

Há cerca de dois anos, aceitou o convite para entrar na indústria pornográfica. Topou. E alavancou seus ganhos mensais -- hoje, cerca de R$ 8 mil por mês. Depois, decidiu não apenas mostrar o rosto como escolheu uma produtora de filmes com modelos e enredos alternativos, “quase feministas”, inicialmente com cenas de sexo entre duas mulheres.

Em 2017, Emme recebeu quatro prêmios importantes do "Sexy Hot", considerado o “oscar pornô” brasileiro. Faturou nas categorias “melhor cena de sexo oral”, “melhor cena de orgia/gang bang”, “melhor atriz homo feminina” e “melhor cena homo feminina”. Das quatro, três foram por voto popular.

“Ninguém, nem eu mesma, imaginava que seria mãe”, diz. E não foi ‘acidente de trabalho’. A atriz revelou uma recaída com um ex-marido num período desregulado do uso de anticoncepcionais e de reflexão de casal. O resultado será a chegada de uma menina daqui dois meses.

Tá crescendo... hehehe. Sigam tbm ?? @emmewhite Posto sempre versões diferentes das fotos lá

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O primeiro Dia das Mães não fez com que Emme tivesse grandes reflexões existenciais. “Eu sei que uma hora o meu bebê vai ouvir que a mãe era atriz pornô. Isso é algo que vou me preparar para ajudá-lo a conviver. Não quero um filho que cresça com a mesma visão de uma sociedade preconceituosa como a de hoje.”