Topo

Morango

Meus segredos mais íntimos -e quase inconfessáveis

Universa

02/03/2018 05h00

(Reprodução/Instagram)

Sozinha em casa, bebi uma cerveja enquanto lia sobre vibradores. Minha concepção acerca deles e de outros brinquedos sexuais mudou muito no último ano –até poucos meses atrás eu nunca tinha usado um sex toy, por exemplo, porque não tinha achado "necessário".

De um lado, minhas ideias formadas a partir de experiências pessoais e das opiniões de amigas e amigos próximos, minha zona de conforto. Do outro, o "novo", o inesperado, a surpresa. Precisei me despir de preconceitos que nutria consciente e inconscientemente sobre alguns pontos.

Por que usar um vibrador se quando me toco consigo um orgasmo em minutos? Por que durante o sexo recorrer a um consolo se eu adoro a pele humana de verdade? Pra que algemas na cama? Entre tantas outras coisas que eu nunca tinha entendido – talvez porque não quisesse, talvez porque não "precisasse" e me acomodei.

Ao começar a escrever sobre sexo e comportamento senti que não bastava só ler muito sobre o assunto, mas desfrutar de mais experiências – ou soaria meio hipócrita. Respondendo às três perguntas anteriores:

1) O vibrador é uma opção extra para a masturbação, como a duchinha, os dedos… e também dá pra usar durante o sexo com alguém. Esquenta, literalmente, o clima.

2) O consolo proporciona umas sensações diferentes, não só pelo estímulo físico na penetração, mas por mexer com o imaginário, com a fantasia.

3) Algemas e outros acessórios como vendas e mordaças têm muito a ver com confiança e entrega, então por mais pesada e vibrante que esteja a transa, acaba sendo amorzinho também.

Ao abrir minha caixa de desejos ocultos descobri que:

1) É possível fazer sexo e amor ao mesmo tempo.

2) Falar e ouvir uns palavrões na cama é libertador – além de sexy. "Dirty talk" é vida.

3) Atitudes de dominação ou submissão extrema entre os lençóis não moldam nem determinam a relação afetiva fora dela.

4) Às vezes, algumas coisas podem dar errado e machucar, por isso é importante que empolgação e cuidado andem de mãos dadas.

5) É gostoso explorar os limites pessoais. É imprescindível conhecer e respeitar os limites alheios. Cada pessoa tem seu tempo. As chaves que desvelam desejos contidos são a vontade própria e a disposição, não a insistência de alguém.

6) Experiências novas no sexo são como novas experiências gastronômicas. Como escreveu Nelson Rodrigues, o anjo pornográfico: "Sem paixão não dá nem pra chupar um picolé".

Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!