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Já pensou em fazer ginástica dentro de um museu? Em NY, isso é possível

Metropolitan Museum of Art, em Nova York, tem programa de exercícios entre obras de arte - Getty Images
Metropolitan Museum of Art, em Nova York, tem programa de exercícios entre obras de arte Imagem: Getty Images

Kelly Belknap

Da Bloomberg

19/01/2017 16h31

A última moda cult para malhar em Manhattan agora pode ser encontrada no Metropolitan Museum of Art.

A partir desta quinta-feira começa o Museum Workout, um exercício aeróbico que leva os participantes através dos salões sagrados do museu antes da abertura de suas portas ao público. Todas as manhãs, um grupo de 15 convidados terá a oportunidade de fazer polichinelos em frente ao "Retrato de Madame X", de John Singer Sargent, fazer afundos sob o olhar atento de um busto de Benjamin Franklin e pular dando chutes para trás no Pátio de Escultura Europeia.

Essa exibição de esforço aeróbico é uma nova performance da coreógrafa americana Monica Bill Barnes e foi encomendada pela MetLiveArts. "Eu adoro o museu, mas nem sempre sei o que fazer fisicamente quando estou lá", disse Barnes, cujas performances normalmente recorrem ao humor e a lugares inusitados para criar experiências memoráveis para o público. "Malhar foi uma forma que eu encontrei de me mover do jeito que estou acostumada em um espaço que eu gostaria de conhecer melhor."

Vestida com lantejoulas e de tênis, Barnes e sua parceira de direção artística Anna Bass conduzem a aula de 45 minutos em um percurso de aproximadamente 3,2 quilômetros através de 36 das galerias do Met. Robert Saenz de Viteri, diretor de produção da Monica Bill Barnes & Company, nos acompanha carregando um aparelho de som pequeno, mas potente, que mistura áudios da autora e ilustradora Maira Kalman com músicas dos anos de 1970 de Elton John e Sly & the Family Stone.

Músicas animadas como "Don't Go Breaking My Heart" e "Stayin' Alive", dos Bee Gees, estimulam as pessoas a moverem o corpo e, ao mesmo tempo, a narração de Kalman cria um espaço para a autorreflexão. Kalman não age como um professor comum quando passamos correndo em frente ao quadro "Washington Crossing the Delaware" na Galeria 760 e ela também não dá informações sobre os bustos do século 16 na Galeria 549. Em compensação, ela descreve seu caso de amor com o Met e sua experiência com arte. Enquanto nos alongamos ao lado da escultura titânica "Os Burgueses de Calais", de Rodin, Kalman conta que gosta de visitar o museu sozinha, preferindo não "falar sobre arte". Por incrível que pareça, eu acho mais agradável sentir a tranquilidade do museu desta maneira, enquanto faço meus exercícios espalhafatosos, do que com a pressão de andar vagarosamente comentando as obras com os outros.

Para o Met, oferecer uma performance de malhação em vez de uma de dança lhe deu uma oportunidade de pensar de outra maneira a movimentação em seus respeitados salões. "A malhação é um conceito, reduzindo o limiar para um público geral", disse Limor Tomer, gerente-geral da MetLiveArts que encomendou o Workout. "Quando vamos a um museu, somos estimulados a levar apenas nossas cabeças, não nossos corpos. Acho que lembrar de se movimentar em frente a uma escultura no Salão de Escultura Medieval vai mudar a percepção que as pessoas têm da experiência de ir ao museu."

O Museum Workout custa US$ 35 por aula (cerca de R$ 111, pela cotação de 19/1) e estará disponível de 19 de janeiro a 12 de fevereiro.