Essa mãe dedicou sua vida para cuidar da filha que teve crânio esmagado
Era 19 de fevereiro de 2016, quando Meridith Hankenson, que trabalhava de casa, foi tomada por um sono incontrolável. “Eu não tinha o costume de dormir à tarde, mas, por volta do meio-dia, senti uma exaustão inexplicável e dormi por umas três horas”, escreveu Meredith, em um relato tocante à revista Prevention.
Segundo a americana, era sua intuição falando. Três horas depois, ela acorda com o telefone de casa tocando. Era uma amiga de sua filha Schuyler, que havia acabado de se formar na faculdade e decidido fazer uma viagem pela Colômbia. “Assim que a amiga da minha filha começou a falar, sabia que algo terrível havia acontecido.”
Schuyler estava fazendo rafting em uma pequena cidade colombiana, quando, de repente, uma rocha caiu de um penhasco, atingindo a garota. Na hora, os amigos não sabiam o que tinha acontecido, mas quando Schuyler, que estava de colete salva vidas subiu para a superfície, eles viram que a pedra havia esmagado sua cabeça, deixando um buraco em sua testa.
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Sua amiga e os guias tiraram Schuyler da água, a carregaram para uma van e ficaram segurando sua cabeça por 40 minutos, enquanto passavam por uma estrada de terra esburacada até chegar ao ponto em que a ambulância já os esperava.
Por sorte, um hospital da cidade, que possuía uma das poucas UTIs da Colômbia, de acordo com Meredith, ficava a 20 minutos de distância. “Um cirurgião especializado em neurologia que morava nas proximidades correu para o hospital para salvar minha filha.”
Viagem para a Colômbia
Imediatamente, Meredith e sua outra filha foram para a Colômbia. Durante o voo, mãe de Schuyler diz que se dividia entre sentir descrença e culpa.
Me perguntava se eu poderia ter impedido esse acidente, cortando um pouco as asas de Schuy.
Ao longo do voo, Meredith conta que o medo foi diminuindo e sua força aumentando. “Antes que o avião pousasse, prometi a mim mesma que não chegaria perturbada ao hospital e que seria uma mãe focada, pronta para fazer o que pudesse para ajudar minha filha.”
Chegando lá, os médicos disseram que a jovem teve uma lesão cerebral traumática e que, provavelmente, não sobreviveria uma semana. Se sobrevivesse, o diagnóstico era de que a menina ficasse cega e com grandes chances de também ficar paraplégica.
“Ao receber essa notícia, eu poderia ter entrado em colapso, mas me mantive forte. Quando me sentei ao lado da cama, enviei a Schuyler toda a positividade que eu poderia emanar. Eu não sei se o meu esforço invisível teve algo a ver com o que aconteceu na manhã seguinte: uma tomografia computadorizada do cérebro de Schuy mostrou que o inchaço em seu cérebro tinha diminuído significativamente. O cirurgião o chamou de milagre.”
De volta para casa
Apesar da melhora, o estado de Schuyler era crítico e ela precisava ser transferida. Meredith escolheu o Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, reconhecido por ser um dos melhores centros de tratamento de traumas neurológicos. Neste hospital, onde ficou internada por dois meses, a jovem passou por uma série de cirurgias --no cérebro, coluna vertebral, rosto, perna e tornozelo.
“Mas a jornada estava só começando. Eu virei a cuidadora de Schuyler, tive de aprender a como movê-la com segurança da cama para o banheiro e como preparar sua alimentação, já que ela precisava aprender a engolir novamente”, lembra Meredith.
Essa rotina tomava bastante tempo e eu achava que não iria conseguir manter minha renda. Muitas vezes, pensava que não daria conta, mas sabia que não poderia deixar minha negatividade afetá-la.
Schuyler voltou para casa em julho de 2016 --cerca de cinco meses após o acidente. “Levando em conta os ferimentos, sua memória é incrível e sua fala está se tornando cada vez mais clara.”
E em vez de se sentir “amaldiçoada” com o acidente de sua filha, Meredith diz que viu o episódio como uma oportunidade para fazer algo “incrível” com a vida das duas. Ela abriu uma empresa que oferece coaching para pessoas que estão passando por uma situação parecida e também escreveu um livro em que conta a história de superação de sua filha, intitulado "The Sky is the Limit: Sometimes the Limit is Just the Beginning" (o céu é o limite: muitas vezes o limite é só o começo, em tradução livre para o português) e publicado em 2017.
"Enquanto isso, vou enchendo os dias de Schuyler de amor”, escreveu em seu depoimento. De acordo com Meredith, seu objetivo é ajudar mais pessoas a verem que a felicidade não deve ser definida pela condição física delas.
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