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Isis Valverde: "A mulher não é refém da barriga ou do filho crescendo ali"

Isis Valverde - Gerard Giaume/Revista Claudia
Isis Valverde Imagem: Gerard Giaume/Revista Claudia

da Universa, em São Paulo

09/08/2018 04h00

Entrando no sétimo mês de gestação, Isis Valverde viu a chegada do seu primeiro filho, fruto de seu casamento com André Resende, se tornar um dos assuntos centrais em sua vida neste momento.

Mas apesar de estar se cercando de informações e cuidados para a maternidade, a atriz de 31 anos faz um alerta: "A mulher não é refém da barriga ou do filho que está crescendo ali", disse taxativamente em entrevista à "Claudia" de agosto.

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"Percebi que a gravidez e a maternidade são temas que suscitam muitas discussões e que há visões equivocadas e mitos. No meu Instagram, tinha gente criticando porque eu fazia ioga, ia à praia. Parece que tudo é um risco e que faz mal para o bebê a gente seguir a própria vida".

"Gravidez não é doença. Pode viajar, fazer aula de dança. Isso precisa ser esclarecido pelos médicos, falta essa conscientização", ponderou.

O "positivo" no teste e o início da gestação

Isis Valverde - Gerard Giaume/Revista Claudia - Gerard Giaume/Revista Claudia
Imagem: Gerard Giaume/Revista Claudia

Mesmo disposta a ser mãe, Isis conta que ver finalmente aquele sinalzinho de positivo no teste de gravidez foi uma surpresa e motivo de ansiedade.

"Com a menstruação atrasada uma semana, notei que meus seios estavam grandes. Fazia uns três meses que não usávamos proteção nem anticoncepcional; então sabíamos que podia acontecer. Mesmo consciente, fiquei muito tensa".

Para ela, no entanto, o que marcou a gestação foram os desejos — alguns mais comuns, outros menos.

"O que mais senti foi o aumento da fome. No início, também chupava limão e colocava o suco em tudo, da água ao brigadeiro. Depois entrei na fase da pitaia, aquela fruta rosinha por fora e branca por dentro. Acho que o corpo pede porque tem ferro", acredita.

Há muito adepta de uma dieta vegetariana, Isis conta que sentiu aquele "bug" que muitas mães experimentam em seu apetite.

"O bebê quer umas coisas bem estranhas. Eu passei muitos anos sem comer carne e, de repente, me vi devorando um prato de moela como se fosse um lobo. Nunca fui de comer arroz com feijão, batata frita e bife, mas tive esse momento. Depois de 22 semanas, só ficou a vontade de chocolate", revelou.

"Meu médico diz que é uma tentativa de compensar o cansaço que ocorre na gravidez, mas precisei me controlar para não comer todo dia e desenvolver um problema de saúde".

Como ela está se preparando para o parto e para ser mãe de menino

A dois meses de dar à luz, Isis está se encontrando com uma doula para se preparar para um parto natural humanizado. "É mais saudável tanto para o bebê quanto para a mãe", diz. A amamentação, aliás, é outro tema que está entre suas preocupações agora.

"Sei que os primeiros 20 dias [de amamentação] são importantes porque é o período em que você transmite os principais nutrientes para o bebê, ajuda a construir a imunidade. Mas tem quem sofra com o peito rachado, sinta dor. Sou contra ultrapassar os limites do corpo".

Entretanto, a atriz conta que a descoberta do sexo do filho, um menino, a fez refletir sobre quais mensagens acha importantes passar para ele.

"Quando eu era criança, minha mãe repetia que o mundo era dos homens. Aquilo sempre voltava à minha cabeça e eu ficava tentando compreender. Por isso, meu envolvimento com o feminismo começou cedo", revela.

"Hoje, há mudanças reais por todo o planeta. As mulheres da Arábia Saudita estão dirigindo, vendo jogo. Isso é sinônimo de independência. Talvez a passos de tartaruga, mas estamos conseguindo avançar. Para o meu filho, vou ensinar o respeito acima de tudo e a todos os gêneros".