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Tainá Müller: "Em todo roteiro que recebia, tinha que tirar a roupa"

Tainá Müller - Helm Silva/Divulgação Revista Glamour
Tainá Müller Imagem: Helm Silva/Divulgação Revista Glamour

da Universa, em São Paulo

04/10/2018 13h17

Tainá Müller fez sua estreia no cinema no filme "Cão Sem Dono", de 2007, em que também teve sua primeira cena de nudez. Desde então, a demanda por cenas em que ela surgia sem roupa só cresceu em sua carreira. 

"Como teve essa cena de nudez, em todo roteiro que eu recebia [a partir dali], tinha que tirar a roupa. Eu me incomodava, mas não entendia o porquê. Pensava que não estava me entregando totalmente à profissão", relembrou em entrevista à revista "Glamour" de outubro, da qual é capa.

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"Hoje entendo que é porque uma coisa é você tirar a roupa e ser protagonista, uma personagem que pensa. Outra é para ser a namorada do homem, ele, sim, o personagem complexo, conturbado. Como personagem eu também tinha o direito de ter as minhas questões", acredita. 

Tainá Müller - Helm Silva/Divulgação Revista Glamour - Helm Silva/Divulgação Revista Glamour
Imagem: Helm Silva/Divulgação Revista Glamour

Hoje mãe de Martin, de 2 anos, fruto de seu casamento com o diretor Henrique Sauer, Tainá se sente melhor em seu corpo do que há 16 anos, quando era modelo.

"Tenho um olhar muito mais generoso com o meu corpo do que com 20 anos, quando era modelo e 12 kg mais magra. Quando fotografava em Milão, não me achava magra o suficiente, nunca estava satisfeita. Vejo fotos da época e percebo que tinha um corpo “perfeito”, totalmente dentro do “padrão” e estava infeliz", contou.

"Agora ele não está neste padrão, mas me sinto mais confortável. E não se trata de um mérito meu, mas de um reflexo desse movimento de desconstrução de padrões. Sim, meu corpo está ótimo para uma mulher de 36 anos, com filho. Não, não vou ter mais o corpo de 20 anos porque eu não tenho mais 20."

Para ela, este período logo após o nascimento do filho foi intenso — e rico em aprendizados.

"[O puerpério] foi tão intenso que nem lembro com detalhes. Tive muitos problemas para amamentar, chorei várias vezes de dor, achei que não daria conta. Mas descobri que sou forte. Que o feminino tem algo sagrado. Acredito que se existe uma revolução possível para salvar o mundo, ela vem através do feminino – o feminino das mulheres e dos homens."