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Veterana e novata levam Rexona ao 12º título na Superliga

João Batista Junior

23/04/2017 12h46

O Rexona precisou de cinco sets conquitar a Superliga (fotos: Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV)

Melhor campanha da fase classificatória e sobrevivente de uma semifinal enfartante contra o Minas, o Rexona-Sesc levantou a Superliga feminina, neste domingo, com a força de seu trabalho coletivo – fator característico da equipe durante toda a competição. Mas, na vitória sobre o Vôlei Nestlé, neste domingo, no Rio, por 3 sets a 2 (25-19, 22-25, 25-22, 18-25, 15-6), além da boa relação bloqueio e defesa, da distribuição de bolas no ataque e da paciência para esperar pelo erro adversário, virtudes que acompanharam as cariocas por todo o campeonato, registrem-se também atuação da ponteira Drussyla e da central Juciely. De quebra, foi o décimo título nacional para a líbero Fabi e a ponteira reserva Regiane.

Osasco, há cinco anos sem conquistar a Superliga, valorizou a vitória do Rio e, por consequência, o clássico. O time paulista oscilou bastante durante a fase classificatória, mas cresceu no mata-matas e levou a partida final até o quinto set, quando não suportou a pressão do voleibol do Rio.

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Juciely (primeiro plano) foi o nome do jogo no tie break

Se Gabi foi a principal jogadora do Rexona na campanha e nos playoffs, Drussyla foi a mão mais segura do ataque carioca na decisão. A mais jovem das titulares em quadra, a ponteira começou a partida caçada pelo saque osasquense, mas permaneceu no jogo e mostrou coragem e eficiência nas cortadas. Quando a vitória carioca no tie break estava estabelecida, com 12-5 no placar, errou um passe mas definiu no ataque contra um triplo. Ela e Monique foram o desafogo de Roberta nas horas mais difíceis da partida.

Vale salientar a importância de Drussyla não apenas no duelo deste domingo, mas também nas semifinais, quando assumiu a titularidade no lugar da holandesa Anne Buijs e ajudou a equipe naquela difícil empreitada contra o Camponesa/Minas, marcando 38 pontos na soma das duas últimas partidas.

Juciely, de 36 anos, numa partida de cinco sets, foi bem nas primeiras parciais e destruidora no tie break. Quando o placar do quinto set apontava 9 a 3, a meio de rede havia assinalado nada menos que seis pontos só na parcial.

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Tandara encara bloqueio do Rexona

Tandara, como se esperava, foi a melhor atacante do Vôlei Nestlé, mas o sistema defensivo do Rexona tratou diminuir o estrago que ela poderia provocar e ainda anulou as demais opções de ataque do Osasco: as sérvias Malesevic e Bjelica começaram a partida como titulares, mas deram lugar a Gabi e Paula Borgo, enquanto o passe quebrado não deu muita chance para Dani Lins jogar com o meio.

Osasco completa cinco anos sem conquistar a Superliga. A Unilever, por outro lado, se despede da Superliga com mais um troféu: a parceria da multinacional com o Rio durou 20 anos, rendeu 12 títulos nacionais e chegará ao fim daqui a três semanas, no Mundial de Clubes de Kobe.

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Arbitragem
É desagradável gastar tempo falando sobre arbitragem, mas, mais uma vez, é necessário. Como se já não houvesse provas suficientes para defender a adoção do vídeo check na Superliga, os árbitros cometeram dois erros importantes que influenciaram na definição das duas primeiras parciais –
ainda apareceram no quarto set.

No primeiro set, com 15 a 15 no marcador, não foi anotado um desvio no bloqueio carioca num ataque de Bia. A partir dali, a rede do Osasco encalhou e o Rexona-Sesc abriu margem decisiva no placar da parcial.

Já na segunda etapa, com 22 a 22, Gabi, do Vôlei Nestlé, não conseguiu explorar o bloqueio adversário, mas o ponto foi anotado a seu favor mesmo assim. Houve alguma polêmica sobre ter havido um toque do Rexona na rede ou não, mas a anotação foi, mesmo, o de desvio no bloqueio.

Um otimista talvez prefira dizer que o árbitro não influenciou no resultado, o que não deixa de ser verdade. Mas é preciso acentuar que, numa temporada em que houve tanto clamor pela revisão de vídeo nos jogos, a final feminina não fugiu à regra das queixas contra as decisões dos árbitros.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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