Topo

Estas mulheres só queriam testar um brinquedo erótico, mas saiu tudo errado

Getty Images
Imagem: Getty Images

Carolina Prado

Colaboração para Universa

17/10/2018 04h00

Nem sempre dá certo incluir um brinquedo erótico na transa. Às vezes, dá muito errado. Essas leitoras que o digam. Elas viram a noite de sexo ganhar contornos dramáticos e contam, a seguir, suas histórias e o que aprenderam de lição. 

Veja também

O anel perdido

"Eu e meu companheiro da época fomos ao motel e resolvemos testar um dos brinquedos oferecidos: o anel peniano. Não sabíamos ao certo como usar, apenas deduzimos que era encaixado no pênis. Só que, em vez de colocar na base, ele colocou na cabeça. Quando começamos a brincar, eu já estava insegura, perguntava a toda hora se estava bem preso e se não sairia. Ele dizia, com convicção, que sim. A brincadeira estava ótima, mas, em determinado momento, eu parei de sentir o negócio. Perguntei, ele retirou o pênis de dentro de mim e disse: 'Vixe, sumiu'. Comecei a tentar pegar com a mão, mas não conseguia. Eu agachei, fiquei de cócoras, nada! Liguei para o meu ginecologista do motel mesmo e pedi uma consulta de urgência. Mas a secretária queria saber o motivo e eu não queria contar para ela. Ela se recusou a marcar a consulta. Liguei no celular do médico, desesperada. Ele perguntou o que havia acontecido e eu contei: 'Estou com um anel peniano no colo do útero'. Fui para o consultório. Ele retirou de dentro de mim com uma pinça ginecológica. Foi um vexame: além do prejuízo de ter que pagar por uma consulta de emergência, ainda ouvi instruções de como usar anel corretamente da próxima vez." Josiane, 42, empresária.

Virgem pela segunda (e última) vez

"Cheguei na casa do meu namorado toda animada. Eu tinha comprado um gel que dava a sensação de virgindade, quer dizer, deixava temporariamente o canal vaginal mais apertado. Fui logo tomar um banho e passei o gel. Ele deveria agir em dez minutos. Só que, em cinco, começou a arder. Resolvi lavar, mas ainda assim estava sensível. Quando iniciou a penetração, uns minutos tempos, porque achei estar melhor, parecia que eu estava sendo cortada por dentro. Meu namorado, por sua vez, disse estar quente demais dentro de mim. Paramos a transar e o ardor e a dor continuaram pelas próximas horas. Era difícil até usar calcinha. No dia seguinte, sem melhora, eu fui ao ginecologista. Expliquei para ele o que tinha acontecido e ele examinou e disse que eu estava machucada por dentro do canal. Foi uma reação alérgica ao produto, que acabou levando a uma infecção urinária. Usei pomada para aliviar a sensação de queimação e também tomei antibiótico para a infecção. Foram sete dias de medicamento e algumas semanas sem namorar. Foi um aprendizado para eu não sair mais colocando qualquer produto dentro de mim." Melina, 22, estudante

Outras alternativas para o vibrador - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Em busca do vibrador

"Estava com meu namorado em casa e o clima esquentou. No meio do sexo, resolvemos pegar meu vibrador, que é daqueles menorzinhos para o clitóris. Só que meu namorado quis colocar na entrada da vagina, para eu sentir algo diferente. O problema é que eu estava muito lubrificada e o vibrador entrou todo para dentro do meu canal vaginal. Eu entrei em pânico na hora, porque podia chegar alguém a qualquer momento (eu não moro sozinha). Pela tensão, eu travei a musculatura da vagina. Aí que o vibrador não saía mesmo, por mais que eu fizesse força e meu namorado tentasse puxar. Depois de um bom tempo, longos minutos, eu comecei a respirar e já ia ligar para o médico, quando ele saiu sozinho. Eu só estava imaginando ter que ir ao consultório e pedir para ele tirar de dentro de mim. Depois disso, aprendi: só uso o vibrador de clitóris na parte externa da vagina mesmo." Marcia, 25, estudante

Como evitar acidentes

Brinquedos eróticos precisam de certificação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Já óleos e outros cosméticos devem ser autorizados pela Anvisa, que regula produtos caracterizados como de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria. "São avais importantes para certificar-se de que o produto é atóxico e não vai causar problemas graves como dar choque, em caso de itens que levam pilha", explica a ginecologista Alessandra Mollo, do hospital São Luiz, em São Paulo. Ainda assim, caso você passe por algumas das situações vividas pelas mulheres acima, procure ajuda médica em pronto-socorro ou clínica. "É importante saber que o médico está acostumado a lidar com essas questões, que são corriqueiras no dia a dia hospitalar", fala Mollo.

"Quase todo dia atendemos uma mulher que perdeu algo dentro da vagina e não consegue tirar", acrescenta a médica. Seguir as instruções de uso do manual do produto ajuda a evitar acidentes. Caso as informações não sejam claras, procure por dicas de uso seguro em sites confiáveis e tire dúvidas com seu médico. E lembre-se: vibradores e outros brinquedos eróticos são de uso pessoal --não devem ser emprestados-- e precisam ser higienizados antes e depois da diversão com sabão neutro ou sabonete líquido antisséptico.