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Sexo na gravidez: quando a expectativa está bem longe da realidade

Mulheres contam expectativas e realidade do sexo durante a gravidez  - iStock
Mulheres contam expectativas e realidade do sexo durante a gravidez Imagem: iStock

Claudia Dias

Colaboração para Universa

11/07/2018 04h00

A gravidez é sempre uma caixinha de surpresas, principalmente para as mães de primeira viagem. E não estamos falando apenas das mudanças no corpo, a oscilação do humor e as reações físicas e psicológicas que a mulher encara durante os nove meses.

Quando o assunto é sexo, as experiências também oscilam demais, podendo ser muito boas e, também, bem ruins. A expectativa tende a ser bastante diferente da realidade, como revelam as mulheres a seguir.

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Expectativa: passar toda a gravidez sem transar
Realidade: subir pelas paredes depois da fase "crítica"

"Fui mãe com 37 anos e, até o terceiro mês, não tive relações por recomendação médica. Pensei: 'Lascou! Se não vou fazer sexo até o terceiro mês, que não tenho barriga, imagine depois, quando tiver?' Foi aí que me surpreendi. Passado o receio de aborto, relativamente comum nos três primeiros meses de uma mulher mais madura, me vi mais solta. E
algo maluco aconteceu com meu corpo, culpa dos hormônios que fazem algumas grávidas subirem pelas paredes. Comecei a ter umas ondas de calor e um desejo meio que incontrolável. O que notei, neste período, é que a lubrificação aumentou muito também", conta Valéria Moura, assessora.

Expectativa: achar que o sexo seria horrível
Realidade: ter até orgasmos espontâneos

"Uma coisa que eu não contava, ou melhor, nem imaginava que aconteceria é que teria orgasmos espontâneos durante a gravidez. Eu tinha orgasmos dormindo... Não precisava nem sonhar com nada. Antes disso, eu só tinha tido esse orgasmo uma vez na vida, uns 13 anos atrás. Achei que o sexo seria uma merda durante a gravidez e foi uma delícia!", diz a pesquisadora Júlia Garcia.

Expectativa: sentir-se pouco atraente ao ficar nua
Realidade: deixar a autoestima de lado e se satisfazer

"Minha barriga começou a aparecer mesmo a partir do quinto mês e passei a me sentir menos atraente. Acho que o tamanho da barriga é uma coisa que influencia na autoestima de toda grávida. Apesar de ser uma linda representação da maternidade, quando eu ficava nua, não me sentia nada atraente. Mas engraçado que, ao invés de diminuir a libido, como imaginei, aconteceu bem o contrário. Aí deixei a autoestima de lado e procurava me satisfazer. A melhor posição que encontrei foi de lado, de costas para o parceiro", revela a assessora Valéria.

Expectativa: ter mais tesão
Realidade: ter preguiça

"Sempre ouvia de muitas mulheres que, quando estavam grávidas, a vida sexual delas havia melhorado muito - ou porque estavam mais vascularizadas, ou mais sensíveis, ou que ficavam com mais tesão ou que não tinham aquela preocupação de antes com o risco de engravidar. Eu meio que contava com isso e minha libido praticamente sumiu em duas gravidezes. Na terceira, ela ainda estava mais em alta no começo, mas depois caiu muito. E além da libido ser superbaixa, acontece de você até estar a fim, mas se vê tão cansada, com a barriga tão pesada, que dá meio uma preguiça, sabe? Por causa do contato que tenho com outras mães, descobri que a maioria tem essa expectativa de que vai ser maravilhoso. E o que vejo é que muda sempre, não melhor ou pior, mas sempre é diferente", comenta Luíza Diener, do blog Potencial Gestante - ela e o marido Hilan, aliás, já "retrataram" em um vídeo divertido como é o sexo pós-filhos.

Expectativa: ter medo que o pênis cutucasse o bebê
Realidade: não deixar o marido ficar por cima

"Achava que a barriga interferiria e que aquela ideia besta - mas, real - de o pênis cutucar a cabeça da criança ia me atrapalhar. Por isso, evitava qualquer posição do marido em cima de mim. A mais comum era de quatro - de lado também era legal. Engordei pouco na gravidez e a barriga puxou minha pele pra frente. Eu fiquei com as costas mais 'magras' da vida. De quatro, era uma beleza: eu me sentia sexy demais! Mesmo com o barrigão, a gente ainda transava. E era ótimo!", afirma a pesquisadora Júlia.

Expectativa: acreditar que os hormônios seriam estimulantes
Realidade: ter a saúde abalada a ponto de não querer sexo

"Pensei que os hormônios iam dar aquele furor, mas que nada! Eu passava tão mal, vomitava tanto, que era difícil ter animação para alguma coisa. Como meus enjoos e vômitos duraram até os 5 meses, foi punk. Aos 7 meses, ainda descobri um problema na placenta e foi outro obstáculo. E ali estava eu, uma pessoa bem informada, que ficava tensa ao transar por medo. Romantizar a maternidade, achar que tudo é um mar de rosas, é bonito, mas não é a vida real", opina Dani Maia, jornalista que comanda o site Versão Mãe.

Expectativa: conseguir dar um up na vida sexual
Realidade: transar muito menos que planejava

"Não sou a pessoa mais sexual do planeta, que dizer, não é que eu imaginasse que fosse acontecer todos os dias durante a gravidez, mas tinha escutado tantos relatos de que os hormônios agiriam positivamente neste aspecto, que eu tinha criado uma expectativa de que seria bom, gostoso. No meu caso, os hormônios agiram ao contrário. Eu simplesmente não sentia vontade de transar! E juntou o fato de que o meu marido tinha receio, medo, talvez de machucar, sei lá... Acabou que, durante os nove meses, que cabe nas duas mãos a quantidade de vezes em que fiz sexo. E não era gostoso. Eu me sentia menos livre, solta, durante a gravidez. Foi frustrante!", admite Helena Silva, produtora.

*Alguns nomes utilizados nesta reportagem são fictícios e visam preservar a identidade dos personagens