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Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Por que beber nos deixa corajoso (e isso nem sempre é legal)?

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Imagem: iStock

Vivian Ortiz

Do VivaBem, em São Paulo

10/02/2018 04h00

O bloquinho começou e você está animado para curtir bastante. Entre uma latinha e outra, quando viu, já está se sentindo muito bem e pronto para encarar qualquer coisa... Afinal, aquela sensação de relaxamento e retardamento dos reflexos acaba aumentando a capacidade de interagir melhor, nos deixando mais corajosos e, muitas vezes, sem noção --vide os acontecimentos no metrô de São Paulo, no último final de semana.

E por que ficamos assim quando ingerimos muito mais álcool do que nosso corpo suporta? Ele age como um depressor no Sistema Nervoso Central, e esta depressão é dose-dependente. Seu principal efeito no cérebro se dá pela falsa sensação de euforia e bem-estar.

"A pessoa imagina que está falando coisas muito interessantes, repete inúmeras vezes as mesmas ideias, ri ou chora sem motivo, apresentando pensamento nitidamente empobrecido, desorganizado e confuso. Porém, é muito raro as pessoas alcoolizadas se darem conta disso", explica a endocrinologista Carolina Mantelli.

Yuri Busin, diretor do CASME (Centro de Atenção à Saúde Mental - Equilíbrio), em São Paulo (SP), ressalta que, com mais serotonina, que é considerado o hormônio a felicidade, mais euforia que, em excesso, pode resultar em atos impensados e até violentos, como tentar beijar alguém ou entrar em uma discussão por qualquer coisa.

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Na verdade, o modo como tomamos decisões e nos comportamos --ou seja, o que nos define-- é resultado de uma complexa combinação de ideias e valores, que são aquelas situações que nos permitimos ou não. Mas, sob efeito do álcool, uma parte importante desse "sistemas de valores" estará indisponível.

"Portanto, haverá um resultado diferente que aconteceria se estivéssemos sóbrios. E, com muita frequência, não são as melhores decisões, justamente porque estamos sem esses freios tão importantes", explica o psiquiatra Luiz Scocca.

Além disso, quando a bebida é ingerida em excesso, o cérebro entende que não precisa produzir mais esses neurotransmissores sem o estímulo do álcool. "Sendo assim, a pessoa começa a criar uma dinâmica de que, para sentir esse prazer, precisará sempre da bebida. Como consequência, o corpo irá solicitar mais e mais para se manter bem, causando o vício", ressalta Busin.

Também é difícil prever a resposta ao abuso do álcool. No entanto, ressaltam os especialistas, o mais comum é ocorrer um exagero dos traços da personalidade que a pessoa possui quando está sóbria. Com isso, quem costuma ser alegre no dia a dia pode se tornar mais brincalhão e expansivo. E os estados de humor também costumam ser exagerados na embriaguez. "Assim, beber quando se está triste é uma péssima ideia", diz Scocca.

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