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Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Por que algumas pessoas dormem apenas 4 ou 5 horas por noite e ficam bem?

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Imagem: iStock

Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

16/02/2018 04h10Atualizada em 15/04/2019 18h32

Todo mundo conhece alguém que dorme menos do que as oito horas recomendadas por noite e, ainda assim, se sente bem pelo resto do dia. Antes que você considere esse indivíduo um insone, saiba que, por mais que a ciência recomende um horário estimado de repouso por dia, cada pessoa tem o seu relógio biológico e precisa de uma quantidade de sono específica.

"A liberação dos hormônios funciona de acordo com o ritmo circadiano de cada um", explica Lucila Bizari Fernandes do Prado, coordenadora do Laboratório de Sono do Hospital São Paulo e do Laboratório de Pesquisa Neuro-Sono. Segundo ela, a ciência indica oito horas de sono porque, em média, a maioria das pessoas descansa de fato após sete horas e meia ou oito horas e meia de sono. Mas também existem os extremos da curva, quem dorme quatro horas ou mais de 12 horas (sim, é normal).

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"Claro que existem alterações em torno do comportamento de cada um, mas quem precisa de 12 horas de sono para repor a energia e dorme apenas 8 horas, já está sendo privado de sono", diz Prado. Enquanto isso, quem geneticamente precisa de apenas 4 horas de sono por dia, geralmente se considera insone. No entanto, o que conta é se a pessoa se sente bem no dia seguinte.

"Mas se você sente sua atenção alterada, tem problemas de memória e acorda cansado, ou você dormiu demais ou de menos ou tem alguma doença do sono", alerta a médica. Ainda de acordo com ela, você só deve se preocupar se tiver esses sintomas com frequência, pois nesse caso pode ser que haja uma privação crônica de sono.

É possível se acostumar a acordar cedo?

Apesar de cada um ter o tempo necessário de sono, o ser humano consegue "manipular a genética muito bem", afirma Prado. Afinal, por mais que você precise dormir 12 horas por dia, você também precisa acordar cedo para ir trabalhar. "Não há um tempo certo para se acostumar ao novo horário, isso é muito específico. Mas é possível se adaptar", diz a médica.

Por isso, se a pessoa tiver que acordar mais cedo, o ideal é que no começo ela vá para a cama mais cedo, respeitando sua quantidade de sono, até seu corpo se readaptar. "É como as pessoas se sentem no horário de verão. O corpo, depois de um tempo, se acostuma com a alteração no horário", diz Prado.

Se essa fase for muito complicada, a médica recomenda o uso de melatonina, hormônio que estimula o sono e ajudaria o indivíduo a dormir mais cedo.

Para Emerson Tomazzi, otorrinolaringologista e especialista de Sono do Hospital Cema, em São Paulo, esse processo não é simples. "Acostumar o organismo a acordar cedo é um pouco complicado, pois o ato de acordar depende da quantidade de horas que você precisa para dormir."

Segundo o médico, a luminosidade e o estímulo sonoro tem um papel importante nesse período de mudança, já que esses fatores externos colaboram ou não nesta alteração do relógio biológico. Portanto, se quiser acostumar o organismo a acordar cedo, é importante evitar o barulho e a luz.

E não pense que cochilos durante o dia ou dormir o fim de semana inteiro ajuda. O sono não é cumulativo, você não consegue compensá-lo. Para Prado, por mais que a pessoa tenha que acordar cedo, é fundamental que ela respeite seu horário de sono. "Você quer ganhar dinheiro, trabalhar ou ter saúde? A falta de sono prejudica sua memória, seu rendimento e seu aprendizado. Ou seja, sua vida", finaliza.

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