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Regina Navarro Lins

Exposição de transexuais mostra que mentalidades estão mudando

Universa

25/10/2018 10h25

Filhas de uma família conservadora, na qual o pai é pastor, aos 18 anos as gêmeas Jaclyn e Jennifer, decidiram passar juntas pela transição hormonal para terem a aparência física masculina. Jack e Jace, como se identificam atualmente, contaram que desde crianças choravam e rezavam para Deus pedindo para acordar com o corpo de um menino. " Hoje, eu estou muito mais feliz comigo mesmo do que estive a vida inteira. Aquele sentimento desconfortável com que eu vivia desapareceu completamente", afirma Jack.

Há pessoas que não se sentem identificadas com o seu corpo, ou seja, sua identidade de gênero é diferente daquela designada no nascimento e tentam fazer a transição para o gênero oposto através de cirurgia de redesignação sexual.

A sexualidade passou a ser objeto de pesquisa no final do século 19. O que estava fora do padrão foi classificado como patologia, como aconteceu com homossexualidade até 1973, quando a Associação Médica Americana a retirou da categoria de doença.

A transexualidade está hoje num momento importante desse processo. Transexuais vieram à superfície social há pouco tempo e são alvo de muitos preconceitos. Afinal, aceitar a ideia de que um homem deseja ser uma mulher e vice-versa é difícil de ser digerida pelos conservadores, que não aceitam quem escapa dos modelos. Por isso há tanto preconceito e, consequentemente, tanto sofrimento. Mas a exposição que os transexuais estão alcançando mostra que as mentalidades estão mudando.

A luta pela aceitação social e legitimidade legal para a homossexualidade provocou o surgimento de outras organizações interessadas na promoção do pluralismo sexual. O sociólogo inglês Jeffrey Weeks declara: "Não parece mais um grande continente de normalidade cercado por pequenas ilhas de distúrbios. Em vez disso, podemos agora presenciar uma grande quantidade de ilhas, grandes e pequenas… Surgiram novas categorias e minorias eróticas. Aquelas mais antigas experimentaram um processo de subdivisão como preferências especiais, atitudes específicas, e as necessidades tornaram-se a base para a proliferação de identidades sexuais"

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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