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6 informações para cuidar melhor das orelhas do recém-nascido

Não é preciso ter cuidado durante o banho para não entrar água no ouvido do bebê; esse é um mito antigo - Getty Images
Não é preciso ter cuidado durante o banho para não entrar água no ouvido do bebê; esse é um mito antigo Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/07/2016 07h05

Quando se trata dos cuidados com os recém-nascidos, muitas dúvidas podem surgir, principalmente entre os pais de primeira viagem. As orelhas do bebê costumam ser fonte de muitos questionamentos.  

A seguir veja seis informações importantes sobre o assunto.

  • É possível corrigir orelha de abano sem cirurgia

    Há um método não invasivo que corrige essa e outras deformidades em recém-nascidos --além da orelha de abano, há crianças que nascem com a orelha pontuda ou má formações, como falta de um pouco de pele. Trata-se do uso de uma prótese de silicone, indolor, que modela a cartilagem rapidamente. A técnica funciona porque no primeiro mês de vida, a orelha ainda é maleável. "O uso da prótese dispensa a cirurgia, que necessita de anestesia geral e só pode ser feita entre seis e sete anos de idade", diz Maurício Orel, cirurgião plástico do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Para surtir o efeito desejado, a prótese deve ser implantada até a sexta semana de vida. Orel explica que o uso da prótese resolve questões puramente estéticas e não trata ou interfere em aspectos auditivos. É interessante saber que, durante o processo de formação fetal, a orelha é constituída na mesma época dos rins. Por isso, de acordo com Teresa Uras, pediatra e coordenadora do Centro de Medicina Fetal e Perinatal do Hospital Samaritano de São Paulo, más-formações de pavilhão auricular podem estar associadas a má-formações renais.

  • O formato do ouvido impede que entre água durante o banho

    Não é preciso ter cuidado durante o banho para não entrar água no ouvido do bebê. Esse é um mito antigo. De acordo com Monica Picchi, neonatologista e pediatra no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, não é preciso tampar a orelha da criança com a mão ou usar qualquer tipo de protetor. O conduto auricular faz um S sinuoso e, dessa forma, impede a entrada de água. Caso um pouco de líquido entre, ele não alcançará as membranas do tímpano. Sendo assim, não há problema algum em realizar o banho humanizado, que consiste em deitar o bebê na superfície da banheira e deixá-lo relaxando na água morna, com parte da orelha submersa.

  • Para limpar a orelha por fora, basta usar um cotonete

    Depois do banho, é importante secar a concha da orelha com uma haste flexível, que vai absorver a água parada na região. A umidade pode desencadear assaduras. Caso observe um pouco de cera logo na entrada, posicione o cotonete no local e faça o movimento de rotação para retirá-la. Jamais coloque-o dentro do ouvido para não machucar a criança e, ainda por cima, empurrar a cera para o interior do corpo.

  • A orelha do bebê só deve ser furada depois da vacina antitetânica

    É importante que essa precaução seja tomada para proteger a criança de alguma possível infecção. Os pais também devem buscar atendimento especializado e se certificarem que o material usado é esterilizado. "De nada adianta só limpar o brinco com álcool, por exemplo", diz Mônica. Também de acordo com ela, existem brincos adequados, o furo deve ser feito com aparelho que não faça pressão --e não com as mãos de alguém, mesmo que a pessoa diga que tem experiência. Tomadas essas precauções, não há mal algum em furar a orelha do bebê. Mas Teresa alerta para que os adultos sempre perguntem ao pediatra se está tudo em ordem com a saúde da criança antes de decidir fazer o furo. Vale também questioná-lo sobre as possíveis reações locais e gerais, como dor, febre e irritabilidade, e o que pode ser feito para amenizá-las.

  • Não deixe o bebê dormir em cima da mesma orelha nos primeiros dias de vida

    Essa é uma maneira de não deixar que a orelha fique marcada, já que, nos primeiros 20 dias de vida, a cartilagem é mais maleável. "A maleabilidade se deve ao fato do bebê receber, ainda no ventre, grande carga de estrogênio proveniente da placenta, o que implica no aumento da produção de ácido hialurônico, que, por sua vez, faz a cartilagem da orelha ficar molinha por algum tempo, mesmo depois do nascimento", explica Orel. Também é válido evitar, de acordo com Teresa, quando a criança estiver no colo ou deitada, que a orelha fique dobrada, o que também evita que ela sinta algum desconforto.

  • Uso de gorro em dias frios não previne dor de ouvido

    Toucas e gorros devem ser usados em épocas de temperaturas baixas para proteger a cabeça da criança, ainda mais se o bebê for careca. Porém, esses acessórios não previnem dor de ouvido. "O bebê que tem chance de ter otite é porque retém secreção ou tem alguma outra questão particular", fala Monica.